Um primeiro passo está sendo dado pela Prefeitura de Anápolis, rumo a um grande desafio: a revitalização do Centro da cidade
A revitalização do Centro de Anápolis entrou no radar da gestão do prefeito Márcio Corrêa. A poucos dias, numa reunião com dezenas de empresários da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), foi realizado um debate sobre o tema e apresentada a realização de um concurso público que poderá, literalmente, “desenhar” um projeto para esse fim, ou seja, dar vida novamente à região.
Esse concurso será lançado no dia 11 de março próximo, conforme anunciado pelos secretários Kim Abrahão (Indústria, Comercio, Turismo e Modernização) e Thiago de Sá Lima (Habitação e Planejamento Urbano).
A falta de atratividade do setor central não é problema apenas em Anápolis. Muitas cidades de médio e grande porte de todas as regiões do país, enfrentam situações parecidas.
E, diga-se de passagem, não é um problema novo. Em meados de 2010, o renomado arquiteto e urbanista Guilherme Takeda apresentou um projeto na Associação Comercial e Industrial de Anápolis (ACIA) um projeto que tinha como escopo a revitalização, sustentabilidade e acessibilidade da Praça Bom jesus e região.
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Um projeto bem elaborado e futurista, contemplando, por exemplo, a construção de um grande mirante na praça e estacionamentos subterrâneos. Outro projeto, que já havia sido discutido com o Sindicato das Indústrias da Construção, foi a de acessibilidade calçadas. Inclusive, uma cartilha chegou a ser elaborada mostrando as técnicas construtivas da época para se alcançar bons resultados dentro dessa proposta.
Entretanto, não tirando o mérito do autor, que fez um trabalho elogiado, a proposta não seguiu adiante.
Estamos falando de 15 anos atrás e, de lá para cá, os desafios em relação à região Central só se acumularam. Nesse meio de caminho, deu-se a mudança de hábito dos consumidores com a chegadas dos shoppings centers. Além do que, o crescimento de bairros como Jundiaí, Jaiara, Recanto do Sol, Lourdes, entre outros, atraiu o comércio para essas regiões de grande concentração populacional. E muita gente, de repente, não teve mais tanta necessidade quanto se tinha, de se deslocar ao centro para fazer compra ou buscar um serviço.
A questão urbanística é importante e pode ser o “gatilho” para outros projetos envolvendo a revitalização do centro. O CONTEXTO, que acompanha essa história lá de trás, buscou listar algumas das questões que esse projeto envolve. Não é fruto de um estudo técnico, mas certamente é uma análise baseada em fatos. As questões abaixo não estão em ordem de importância e todas elas em algum momento foram tratadas em matérias jornalísticas.
Desafios para a revitalização do Centro de Anápolis
– ESTACIONAMENTO: Há vários anos, o estacionamento rotativo (Área Azul/Verde) foi desativado. Em que pese o surgimento de vários empreendimentos privados, o resgate do estacionamento rotativo, com um perfil mais moderno, pode contribuir para motivar as pessoas a se deslocarem ao Centro;
– SEGURANÇA: Quem vai ao Centro, hoje, nota que o comércio baixa suas portas até às 18 h30 e logo mais ao anoitecer, há poucas pessoas nas ruas. O fator segurança é indispensável também ao resgate do Centro;
– URBANISMO: Tornar o Centro mais atrativo passa por investimentos dos logradouros públicos, como por exemplo as praças (Bom Jesus, Americano do Brasil) e os locais tombados ao patrimônio, como o Mercado Municipal e a antiga Estação Ferroviária “José Fernandes Valente”;
– CAMELÔS: Reordenar ou realocar os ambulantes na região central é um desafio antigo para as administrações e para o comercio formal;
– CULTURA/LAZER: Ter um projeto de cultura e lazer nos finais de semana já foi uma alternativa tentada na cidade, inclusive, com fechamento de ruas em rodízio, para atrair consumidores;
– AMBIENTE COMERCIAL: Lojistas da região central de Anápolis podem contribuir melhorando as fachadas e vitrines dos estabelecimentos e promovendo melhoria, com capacitação, no atendimento ao público;
– COMÉRCIO ATACADISTA: Já tradicional, o comércio atacadista na região central traz um problema acessório que é o trânsito e a movimentação de mercadorias. Criação de um novo polo ou mesmo reordenar horários de cargas e descargas podem ser objeto de debate.
– INFRAESTRUTURA: A infraestrutura de redes de água, esgoto e galerias de águas pluviais na região central são antigas. Isso demanda muito investimento por parte da concessionária e do poder público e um planejamento bem feito, já que as intervenções acarretarão impactos na mobilidade urbana.
– TRANSPORTE URBANO: Na questão do transporte urbano, já se discutiu a descentralização do terminal de passageiros, visando desafogar a estrutura da Praça Americano do Brasil e o fluxo dos ônibus no centro.
– ACESSIBILIDADE: A cidade nasceu sem planejamento e essa realidade perdurou. Por conta disso, há muitas calçadas irregulares; postes no meio das calçadas. É uma questão que envolve necessidade de união de esforços entre o poder público, concessionárias de serviços públicos e donos de imóveis.
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