Senhorio
Confirmando a tese do “manda quem pode, obedece quem tem juízo”, os vereadores de Anápolis, com raras e honrosas exceções, abaixaram a cabeça e voltaram atrás no que haviam apresentado, votado e aprovado, modificando alguns itens, a título de emendas, no projeto instituindo o Plano de Carreiras e Vencimentos dos servidores municipais. Depois de um encontro com o Prefeito Antônio Gomide, a maioria foi “convencida” a rever, repensar e votar contra o que havia votado a favor na primeira sessão. Diante de uma platéia incrédula, constituída, basicamente, por servidores municipais, “calçaram a cara” e obedeceram. Depois, encerrada a sessão, saíram, meio que corridos, pelas portas dos fundos.
O episódio da Câmara de Anápolis não difere, nem um pouco, do que acontece nos outros níveis de parlamento. Ainda que neguem, os membros dos legislativos (valendo para o Federal, os estaduais e os municipais) são, apenas, exceto poucos casos, meros coadjuvantes de um teatro, onde os que têm a batuta na mão, no caso o Presidente, os governadores e os prefeitos, são realmente os que ditam o ritmo. Uma pena, pois a concepção de legislativo, originalmente, era de um poder importante no processo democrático.
Desta forma, os servidores municipais que esperavam obter, no Plano de Carreira e Vencimentos, tão aguardado, não tiveram, em parte, a realização de seus objetivos. Quanto aos vereadores, certamente ficarão com a certeza do dever cumprido. Ainda que esse dever seja para com o Executivo, e, não para os que neles confiaram seus votos.
Estaleiro I
Ex-candidata a prefeita nas eleições do ano passado, a professora Marisa Espíndola deixou o PR e ingressou-se no PSC. Ela ainda não confirmou, mas deve ser candidata a deputada estadual nas eleições do ano que vem.
Estaleiro II
Em tempo: em que pese sua bagagem e sua experiência como ex-delegada de ensino e ex-secretária municipal, Marisa foi destacada, como servidora de carreira da Prefeitura, a lecionar em uma escola no Residencial Munir Calixto, periferia da cidade. Tem gente afirmando que se trata de retaliação política. Ela, todavia, não reclama e, inclusive, quando pode, até elogia a atual administração.
Coerência
Uma das poucas surpresas positivas da atual legislatura, a vereadora Gina Tronconi (PPS) tem demonstrado que é “boa de briga”. Não se dobra ante o poder e tem questionado algumas deliberações emanadas do Executivo. Em outras palavras, procura ser independente. Ah, que bom seria se a Câmara Municipal tivesse mais umas duas ou três “Ginas”.
Contraponto
Mas, ao contrário de Gina Tronconi e outros poucos parlamentares municipais, a maioria prefere a “sombra do poder”, procurando, de toda maneira, agradar ao Centro Administrativo, deixando o que interessa ao povo de lado. Basta acompanhar o desempenho de cada um dos vereadores anapolinos para ver quem está com o povo e quem está com o poder.
Esquentou
Por falar em desempenho da Câmara Municipal, na sessão de terça-feira, 08, o tempo começou a esquentar, justamente pela dubiedade moral de determinados parlamentares. Principalmente os que estão calejados, se profissionalizaram como políticos e se acostumaram a viver nas tetas do erário e, de algumas empresas que mantêm como se fossem suas reféns. É fácil saber quem é essa gente.
Vem mesmo?
Depois das fábricas de máquinas de costura, computador, bicicletas, trator, detergentes, componentes eletrônicos e tantas outras, anunciou-se, esta semana, a instalação de uma “gigantesca” fábrica de lâmpadas em Anápolis. Mais uma sessão do “vale a pena ver de novo”, ou seja, filme por demais repetido.
Convalescente
Recém saído de uma cirurgia que lhe retirou a vesícula e corrigiu parte dos intestinos, o Prefeito de Goiânia Íris Rezende Machado (PMDB) ainda não se pronunciou a respeito do quadro sucessório no ano que vem. O que chama a atenção, entretanto, é a preocupação que o PMDB e parte da imprensa goianiense, têm, em afirmar que está tudo bem com ele. Esquecem-se que como qualquer pessoa que passa por cirurgia tem de observar um razoável período de repouso. Principalmente no caso de Íris, que já se aproxima dos 80 anos.
Aliens
Aos poucos, candidatos de outras regiões de Goiás começam a gostar de Anápolis. Eles passaram a ocupar, sistematicamente, espaços em solenidades, veículos de comunicação e outros eventos.
Descompromisso
Mais uma vez, ficou demonstrado o desprestígio de Anápolis junto ao Governo Estadual. Uma solenidade em que participariam o secretário de Segurança Pública e o Comandante Geral da Polícia Militar, e outras autoridades, foi o maior fiasco. Organizada pela Acia, que inclusive distribuiu convites para o anúncio oficial da liberação de R$ 110 mil para reforçar o sistema de policiamento da cidade no fim de ano, a solenidade ficou esvaziada, exatamente, pela ausência dos convidados ilustres.
De fora
Pelo andar da carruagem, mais uma vez, Anápolis vai ficar de fora nas discussões para a montagem das chapas majoritárias do ano que vem. Pelo que se lê, pelo que se ouve e pelo que se vê, tudo vai ser decidido a partir de Goiânia, com, passagem por Rio Verde, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo e outras cidade menores.
Hilário
Esta semana o Presidente Lula enviou mensagem ao Congresso propondo o endurecimento da lei para os casos de corrupção no Brasil. Muito oportuno, por sinal.
Um milhão
Alheio ao que acontece na preparação do quadro sucessório do ano que vem, o Prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB) comemora a introdução, este ano, de mais um milhão de metros quadrados de asfalto na malha viária daquela cidade.
Bruxas
Bem ao estilo nazista, uma verdadeira “caça às bruxas” estaria ocorrendo em alguns setores administrativos locais. Quem exercia qualquer tipo de liderança em governos anteriores, está sendo tratado a pão e água. Em alguns casos, só a água.
Inimigo
José Roberto Arruda (DEM), Governador de Brasília filmado recebendo um pacote de dinheiro, segundo ele para comprar panetones e dar aos pobres, coisa que ninguém acredita, de repente virou o inimigo público número um, inclusive de alguns políticos goianos. Agora ninguém conhece, ninguém viu, ninguém sabe nem quem é Arruda.
Cadê?
Ainda que mal se pergunte, o que foi feito mesmo do assunto sobre pagamento de propinas em Anápolis? Puseram uma pedra em cima? Onde estariam os ícones anapolinos da moralidade e da decência?
Zerou?
Há quem diga que existe muita propaganda e pouca ação no caso das cirurgias eletivas bancadas pelo SUS em Anápolis. A conferir…