De repente, não mais que de repente, a crônica política de Goiás ficou sem entender. Íris Rezende mostra-se indeciso quanto a ser ou não ser candidato a Governador do Estado.
É provável que o nobre leitor, quando da leitura deste artigo, já saiba quais sejam os candidatos. Também escrevo o texto com a quase certeza de que Íris continua sendo o candidato do PMDB. Mas, é importante entender o jogo dele.
Íris é candidato ao Governo de Goiás desde sua eleição a Prefeito de Goiânia. Com a reeleição mais que assegurada, rifou seu vice-prefeito Valdivino Oliveira, atraindo o PT de Paulo Garcia, criando uma pequena cisão no PMDB com a saída de Valdivino, hoje no PSDB e, de quebra, a antipatia de Nei Teles, Adhemar Santilo e outros menos votados. Íris esperava, com tal gesto, ser acolhido por Lula como candidato natural da base lulista.
Na primeira oportunidade para Lula demonstrar tal apreço, o Presidente da República preferiu inflar Henrique Meirelles, talvez mais interessado na candidatura deste como vice de Dilma Rousseff. Íris sentiu o golpe e passou a desconfiar da noiva, digo do PT. Na luta interna do PMDB, favorecido pela apatia de Henrique Meirelles, Íris se cacifou como único candidato governadoriável do Partido.
Desta maneira, com nova visita programada por Lula, agora ciceroneado por Dilma, era de se esperar a unção de Íris pelo Presidente. Surpreendetemente, Lula não manifestou, com clareza, sua satisfação com a candidatura de Íris, estimulando a terceira via do Governador Alcides Rodrigues. Se, anteriormente, Íris Rezende acusara o golpe, desta vez quase foi a nocaute.
A vontade de governar Goias e de digladiar-se com Marconi Perillo, novamente, no entanto, é maior que qualquer dissabor de meio de viagem. Assim, Íris resolveu tirar o ás da manga e blefar profissionalmente. Ao transferir a responsabilidade de sua candidatura para as mãos de Lula, manda um recado ao próprio Presidente, uma vez que, com uma eventual saída da disputa ao Governo do Estado, Íris tornaria o caminho de Marconi Perillo menos árduo em sua batalha para reconquistar o Palácio das Esmeraldas. Mais ainda, dificulta a vida eleitoral de Dilma no Cerrado.
Íris aguarda, agora, o lance de Lula que, espera, desta vez, seja o da assunção de sua candidatura. Eu aposto que ele continua no páreo, sendo candidato a governador. Você, leitor, já sabedor do veredicto final, por favor, não me crucifique se o mesmo deixou de ser candidato. Afinal, cronista talvez eu seja, pitonisa nem sempre o serei.
A “proibição” da liberdade de expressão
Nos últimos dias circulou nos veículos de comunicação de todo o país a fala do desembargador goiano Adriano Linhares sobre...