Outro dia, sem mais nem menos, surpreendi-me com alguns versos dos Lusíadas de Camões, mais precisamente a trágica historia de Inês de Castro. Como sabem, Inês de Castro viveu um tórrido romance com D. Pedro I, filho do Rei Afonso IV, com quem teve não um, mas quatro filhos, romance este condenado por toda a nobreza portuguesa, ibérica e européia, uma vez que Inês era a ajudante da Princesa Constança, real esposa do Príncipe consorte. Pedro, apaixonado pela galega, encontrava-se furtivamente com a amada às margens do Mondego. Conta Camões que, embora a contragosto, o Rei Afonso IV, após a morte de Constança e temendo que seu filho assumisse a relação com a plebéia, teria encomendado a morte de Inês. Esta sabendo da trama, chorou copiosamente por dias e noites e suas lágrimas se transformaram em uma fonte de águas cristalinas.
Inês foi degolada em meados do sec XIV e sua morte cruel transtornou D. Pedro I que, dizem, não apenas matou o pai, mas arrancou o coração dos carrascos da amada e, ainda não satisfeito, desenterrou a amada e coroou- a Rainha de Portugal, ou seja, aquela que reinou sem nunca ter sido Rainha.
Ora direis, este escriba enlouqueceu, qual ilação a ser feita entre a bela história contada por Camões e as tristes estórias da Terra Brasilis atual? Jornais, rádio e TV da Terra Brasilis, triste País fincado ao sul dos trópicos contam a tragicomédia desenrolada entre um rei nanico, uma, digamos donzela, de triste reputação e seu pai um antigo e conhecido meliante dono de um partido político, o PTB, Partido da Tramóia Brasilis.
Como sabem, o rei nanico assumiu o trono da Terra Brasilis contando com o apoio ruidoso dos batedores de panela e dos donos dos patos amarelos e, tão logo se fez rei, foi obrigado a pagar a fatura aos áulicos donos do poder. Acossado por inúmeras denúncias, tendo vários dos membros de sua Corte Presos nas masmorras do triste Reino, o rei subitamente se viu sem o seu Ministro do Trabalho.
Ato solene, convocou o outrora tenor Robertus Jeffersonnys e solicitou ao mesmo que lhe indicasse um novo ocupante ao cargo. Qual não foi a surpresa do rei nanico, quando o dono do partido, famoso pela facilidade com que sempre transitou nos palácios da Terra Brasilis, indicou sua própria filha ao cargo.
Toda a Terra Brasilis indignou-se, até mesmo os batedores de panelas, mas o rei nanico resolveu bancar a indicação. Convocou seu Ministro das Comunicações, seu líder no Congresso e trombeteou aos quatro cantos, Habemus Ministro, Habemus Ministra. Os salões do Palácio foram ricamente decorados e vassalos e plebeus dos quatro cantos do país convocados para a posse.
Qual não foi a surpresa quando desavisados promotores de justiça impediram a posse da filha do dono do PTB, Partido da Tramóia Brasilis. Qual uma Inês de Castro, sem o romantismo de Camões, sem a lírica e a poesia e da tragédia portuguesa, também passamos a ter alguém ´que foi sem nunca ter sido´. Por quanto tempo? Alguns dias mais até que a mesma assuma ou outro bastardo lhe assuma o lugar.
PTB, Pobre Terra Brasilis!
A “proibição” da liberdade de expressão
Nos últimos dias circulou nos veículos de comunicação de todo o país a fala do desembargador goiano Adriano Linhares sobre...