Quem leu o título e já imaginou um texto repleto de raios, trovões e relatos apocalípticos, ficam aqui minhas escusas, não é esse o objeto destas curtas linhas, trata-se de outra precipitação, menos física, mais sociológica, porém, não menos prejudicial: a tempestade política.
A sociedade humana é um trocinho engraçado, existem regras escritas e não escritas, códigos de conduta, permissões e proibições, algumas são gerais, outras mais específicas, entretanto, é senso comum que as mesmas devam ser seguidas e as são em função de um sentimento de confiança no outro, acredita-se que a transgressão será punida e que o bem comum é o objetivo – assim o povo vem evoluindo (?).
E embora a classe política, desde que o mundo é mundo, seja tratada com desconfiança e ironia, algumas vezes até com violência, ela é parte imprescindível desse processo, mas o que pode acontecer quando essa classe política, detentora das normas de imposição e punição, não segue essas mesmas normas? Em estado avançado, acontece o caos.
Será que o Brasil está nessa situação atualmente ?
Independente de partidos, ideologias, cores ou bandeiras, o que se vê nas rodas sociais, familiares, de trabalho, de vizinhança, em rodas dentadas ou banguelas, é que a desconfiança na classe política é generalizada, com merecidas exceções, claro.
Não se trata daquela suspeição rotineira, tão comum quando se trata desse assunto, percebe-se algo mais visceral, parece que a estrutura central perdeu sua condição de representante dos anseios, dos sonhos, das vidas do pobre cidadão.
A razão é óbvia, casos e mais casos escandalosos perpetrados ao longo de décadas, às vezes nem tão dispendiosos assim, mas simbolicamente verdadeiras ruínas de históricos impolutos até aquele momento – o povo cansou !
Acostumados desde a mais tenra idade (tenra – palavrinha com gosto de costelinha de porco assada) a serem cuidados pelo Estado e por personalidades da mais alta moral e conhecimento, nota-se que os estragos das condutas reprováveis de vários destes alertou aos simples mortais que a vida diária não pode depender dos palácios – resultado: viram-lhes as costas !
Essa virada debochada, se radical, é prejudicial, porque querendo ou não, uma nação sem políticos é uma nação acéfala, não se fala aqui de regimes políticos ou convicções, fala-se de forma geral – o médico importante da cidade pequena é um político por obrigação, o padre, o policial, o empresário, o servidor público, a dona de casa, todos tem funções que excedem sua rotina e precisam, no momento propício, adentrarem o mercado da política propriamente dito.
Muitos já o fizeram e estão nos ambientes degradados por outros tentando lutar contra essa correnteza, sem apoio, imersos em dúvidas, cansados, desanimados – não se deve jogá-los na vala rasa da mediocridade – precisamos deles e eles de nós, é necessário cultivá-los melhor para que frutos melhores vinguem e nos vinguem a seu tempo.
Quanto ao título, é possível dizer que a tempestade está presente e chovendo a barris de 200 litros ( porque ´a cântaros´ é até bonito mas muito suave), como também é possível dizer que a tempestade política sempre existiu, às vezes o que falta são guarda-chuvas reforçados ou em número suficiente.
A “proibição” da liberdade de expressão
Nos últimos dias circulou nos veículos de comunicação de todo o país a fala do desembargador goiano Adriano Linhares sobre...