Muitas pessoas que possuem bens materiais ficam intrigadas ao pensar que Jesus possuía uma preferência pelos pobres. Pessoalmente, não acredito que Jesus tenha feito opção pelos pobres e sim destacado o fato dos pobres serem mais fáceis de alcançar e serem mais abertos à dependência de Deus. A história do homem rico e do mendigo Lázaro exemplifica isso. O mendigo vivia nas proximidades da casa do rico e se alimentava das migalhas que caíam da mesa, ou seja, não recebia nenhuma ajuda, nem mesmo um prato de comida. Sua situação de mendigo era tão dramática que o homem não conseguia impedir que os cães lambessem suas feridas. Talvez ele permanecesse ali na expectativa de que aquele homem que tinha tanto se compadecesse de sua penúria e sofrimento. Mas isso não aconteceu. Provavelmente, o rico gostava de ostentar, como a maioria das pessoas abastadas que conhecemos, e não tinha tempo nem disposição de olhar por alguém que sequer conhecia. A riqueza em si não é um problema, ao contrário, quando bem administrada ela pode ser uma grande bênção. Que seria da Missão Vida se não fosse alguns irmãos que fizeram doações pontuais para projetos específicos como a construção da Vila dos Pastores Aposentados, a lavanderia industrial da unidade de Cocalzinho, os consultórios médico e odontológico de Anápolis. O dinheiro não é uma maldição, mas o amor a ele sim. A morte, no entanto, é extremamente democrática e vem para crianças e velhos, pobres e ricos, analfabetos e estudiosos, brasileiros e chineses. E chegou o dia de Lázaro, o mendigo, e do homem rico. Acredito que Lázaro, mesmo sendo mendigo, confiava em Deus, não blasfemava e nem tão pouco desprezava o Senhor ou se revoltava com sua situação. Se questionava a Deus, o fazia de forma respeitosa e, por suas atitudes e fé, foi levado para junto de Abraão. O rico foi para o inferno. Talvez pelo seu orgulho e autossuficiência ou pela certeza de que seus bens bastariam para todo o sempre. E esses sentimentos o afastaram de Deus e o levaram para o sofrimento eterno. Outro aspecto interessante desse texto é que mostra claramente que aqueles que terão a vida eterna não verão o que acontece no inferno, mas quem estiver no mundo dos mortos assistirá em alta resolução tudo de bom que está acontecendo no céu durante toda a eternidade. Além disso, não existe uma passagem que leva do céu ao inferno ou vice-versa. O homem está sujeito a morrer uma única vez e, após isto, o juízo final. Por isso, nossa fé e nossas ações têm reflexo direto no nosso futuro: podem levar-nos à vida ou à morte eterna.
A “proibição” da liberdade de expressão
Nos últimos dias circulou nos veículos de comunicação de todo o país a fala do desembargador goiano Adriano Linhares sobre...