Quando alguém tem a oportunidade de visitar o Museu do Holocausto em Jerusalém, é impossível não ficar perplexo diante de todas aquelas histórias registradas em fotos e objetos. A verdade é que esta visita nos faz ter um pequeno vislumbre do quanto a humanidade pode ser cruel e capaz de cometer barbaridades como as da Segunda Guerra Mundial e, principalmente, as promovidas por Adolf Hitler. Entre os milhares de objetos que compõem o museu, chamou-me a atenção uma sandália que deve ter no máximo meio centímetro espessura. Ao vê-la, imaginei o quanto deveria ser doloroso caminhar por horas em estradas sem pavimentação, seja em dias quentes ou frios. Se, para o século passado, esse já parece ser um calçado inviável, imagine nos tempos de Jesus em que as pessoas se deslocavam a pé por grandes distâncias. Naquele tempo, era costume que os anfitriões oferecessem um escalda-pés aos hóspedes recém-chegados com objetivo de tirar a poeira e promover um pouco de bem-estar após a viagem, independente de sua duração. Eles se assentavam em grupos, muitas vezes no chão forrado por peles de animais, e após o lava-pés, participavam de uma deliciosa refeição. Tive o privilégio de repetir essa cena durante uma viagem à Turquia e Capadócia. Hoje, temos várias formas de nos locomover com rapidez e conforto, mas se a viagem for longa, aquela prática certamente traria alívio e prazer. O lava-pés de Jesus, descrito por João, vai além das questões de conforto e higiene. A lição que Jesus quer nos ensinar é bem mais profunda e está relacionada à importância de servir ao próximo e da humildade. Ao contrário do que costumamos vivenciar atualmente, em que as pessoas são valorizadas pela posição que ocupam, Jesus ensinou que o grande no Seu Reino é o que serve, a ponto de dizer que o Filho do Homem não veio para ser servido e sim para servir e dar sua vida em resgate de muitos (Mc 10:45). Quantos de nós cristãos estamos de fato preparados e interessados em lavar os pés de moradores de rua, de pobres que passam o dia no lixão recolhendo coisas para vender ou mesmo para comer, de estragados pelo pecado?
A “proibição” da liberdade de expressão
Nos últimos dias circulou nos veículos de comunicação de todo o país a fala do desembargador goiano Adriano Linhares sobre...