A bela e histórica cidade de Nápoles, na Itália, está em pânico e seus moradores não sabem mais o que fazer. Montanhas e montanhas de lixo estão espalhadas por todos os cantos. Os aterros sanitários se esgotaram e a situação é de calamidade total. Mas não é só lá. Aqui no Brasil a coisa caminha para situações semelhantes, em muitas cidades, várias delas importantes do ponto de vista econômico e social. É o caso, por exemplo, de Ilha Bela; Itanhaém, Itapecerica da Serra e Araras, em São Paulo. Também em Governador Valadares, Minas Gerais; Porto Alegre, Rio Grande do Sul e Jaboatão da Serra, em Pernambuco, os moradores estão em apreensivos. Os aterros sanitários dessas cidades foram ou estão sendo interditados pela justiça, por oferecerem riscos à população.
Esse é o retrato fiel e cruel da deseducação ambiental que toma conta de todos. Os exemplos citados de outras cidades e, até de outros países, funcionam como uma “luz amarela” de advertência. Em Anápolis, muito embora funcione razoavelmente um sistema de coleta e destinação dos resíduos sólidos – lixo doméstico – ainda estamos longe, muito longe, de uma situação aceitável. Os terrenos baldios continuam cheios de mato e de lixo; as calçadas, em que pese a ação dos garis em grande parte da área urbana, continuam sendo depósitos de lixo. Os jardins, as praças, os córregos, as área públicas são, sistematicamente, transformados em depósitos de rejeitos que todos nós produzimos e não temos o cuidado de dar uma destinação correta. Deixamos tudo por conta do poder público que, está provado, não tem condições de resolver sozinho.
Para muitas pessoas é mais fácil, e mais cômodo, podar as plantas do jardim e do quintal e, aproveitando a noite, ou finais de semana, jogar o entulho no terreno mais próximo. Há outros também que, infelizmente, não se preocupam com a questão ambiental, não têm o cuidado de selecionar o lixo, reservando o que for reciclável para os catadores, ou “garimpeiros” que ajudam, e muito, no controle ambiental. Gente que não tem a capacidade de varrer a calçada. Alguns muito pelo contrário, depositam lixo no passeio público.
Desconhecemos, muitos de nós, o mal que causamos à nossa família, ao nosso vizinho, ao nosso próximo. O lixo que jogamos em locais inadequados vai servir, seguramente, de criadouro de insetos; roedores; exalador de mau cheiro, transmissor de doenças, de problemas. Ou seja, o lixo que produzimos, nos faz mal, como a famosa “lei do retorno”, do “aqui se faz, aqui se paga”.
Passado, presente, futuro!
O ano que chega, como reza a tradição, é um convite à reflexão acerca daquilo que passamos no ano anterior...