Todo ano é a mesma coisa… Chega o período das chuvas e a população brasileira fica saturada de ver tanto desastre ecológico, principalmente as chamadas quedas de barreiras e os famosos alagamentos de imóveis residenciais, comerciais e industriais. Tudo por conta, certamente, de políticas ambientais erradas que foram se desenvolvendo ao longo do tempo, sem que os governos se preocupassem com isso. Se voltarmos às décadas de 40 e 50, vamos ver que no Rio de Janeiro, São Paulo e em outras grandes cidades brasileiras, quase sempre foi assim. Hoje a coisa é mais difundida graças, claro, à evolução da mídia, que mostra, em tempo real, as tragédias que não são tão inéditas para quem sofre, ano após ano, com este fenômeno social.
Há quem diga, entretanto, que a culpa não está, tão somente, nos governos. É que a população, alegando não ter “para onde ir”, insiste em construir casas; barracos, prédios comerciais, e outros imóveis, em terrenos impróprios, geralmente nas encostas dos morros e nas margens de rios, córregos, lagos e outros cursos d‘água. Soma-se a isto, o desmatamento que acabou com as reservas ciliares (matas que margeiam os rios e córregos) espécies de barreiras naturais que impedem o poder avassalador das águas quando de chuvas mais pesadas. Todo mundo sabe disso. Faltaria, quem sabe, uma ação mais enérgica dos governos impedindo que tais construções fossem realizadas. Ou melhor, impedindo que tais crimes fossem cometidos. Afinal de contas, quando vem o desastre, todo mundo coloca a culpa no prefeito, no governador e no Presidente da República. É que, as pessoas, em geral, não querem morar longe dos grandes centros, quem sabe, por comodismo. Mas, nem sempre os resultados disso são bons. Há casos de desabamentos, inundações e outros acidentes, seguidos de mortes, ferimentos, pessoas desabrigadas e outros problemas sociais, alguns evitáveis, bem mais complexos. Isto não pode continuar assim.
E, nas cidades de porte médio, como Anápolis, que vem passando por uma grande transformação em seu perfil urbanístico, despertam-se as preocupações para que casos como os mostrados diariamente nas metrópoles, não ocorram por aqui também. Já temos as chamadas “áreas de risco”, onde, esporadicamente, se registram alagamentos, inundações, desmoronamentos e outros problemas. Já estamos ouvindo, lendo e vendo, casos de pessoas desabrigadas por conta das consequências advindas das pesadas chuvas. É um sinal de alerta. Anápolis cresce, e cresce muito, alargando sua estrutura urbanística e não são raros os casos de construções muito próximas de voçorocas, crateras e grandes erosões. Como também, se notam, com maior facilidade, edificações, algumas de grande porte, às margens de córregos e ribeirões. Isto é um sinal evidente de que, caso não sejam tomadas as devidas precauções, a população venha a sofrer graves dificuldades. Cabe, então, ao poder público, principalmente à Prefeitura, melhorar o monitoramento, controlar esta anomalia e impedir que o problema se agrave. Fala-se, muito, em uma cidade ecologicamente correta e com desenvolvimento sustentável. Mas, para que isto ocorra, as providências devem ser adotadas antecipadamente. Não é bom que se espere o problema acontecer para, depois, buscar a solução. Os exemplos do Rio; São Paulo, Belo Horizonte e outras cidades, bem que poderiam ser aproveitados para que não se repita entre nós, o drama vivido por milhares de famílias que já não tinham nada e perderam tudo na enchente ou no desmoronamento.
A “proibição” da liberdade de expressão
Nos últimos dias circulou nos veículos de comunicação de todo o país a fala do desembargador goiano Adriano Linhares sobre...