Um dos escritores mais apreciados e lidos na espiritualidade clássica metodista é Stanley Jones. Sua abordagem é precisa, clara e direta. Recentemente lendo um pequeno texto de sua autoria ele falava sobre os efeitos da raiva e do ressentimento, afirmando que este é um beco sem saída.
O autor analisa a frase de Jesus: “Todo aquele que sem motivo se irar contra seu irmão, será condenado por Deus” (Mt 5.22). Para ele, a condenação não se daria pelo Sinédrio, nem pelo inferno, e sim por Deus, em silenciosos processos de julgamento: Decadência interna, frustração, conflitos e neuroses. Estas seriam as modernas condenações de Deus para pessoas que dão lugar ao ódio ou se tornam vingativas.
Quem se alimenta do ressentimento e do ódio, passa seus dias tropeçando em trevas, porque o ódio não é um caminho, mas uma estrada que não leva a lugar algum. A vida não opera por esse caminho. Se tentarmos prosseguir por ele nos depararemos com montanhas intransponíveis e perigosas penhas.
Raiva é um copo de veneno que tomamos, pensando em matar o outro, no entanto, só morre mesmo aquele que ingere este letal ingrediente. O espírito de vingança é um veneno fatal – contra o nosso próprio corpo. Ressentimento divide famílias, muitas delas por longos anos, traz um danoso efeito sobre as futuras gerações, e com ele perde-se a saúde, a celebração e a alegria. Os efeitos da raiva são devastadores sobre o corpo, a mente e a vida espiritual.
Algumas vezes estes ressentimentos ficam profundamente sepultados em nossa alma, e vão despontando lentamente em forma de sintomas letais. Um médico costumava perguntar aos seus pacientes com sintomas de câncer: “Por que você precisa desta doença?”
Estas rotas são becos sem saída. Precisamos da graça de Deus para obter vitória sobre nossas mágoas, e começar a viver. Perdoar não é apenas uma questão espiritual, mas também uma questão de saúde e inteligência.
Precisamos do poder de Deus para superar a dor e por isto precisamos buscar sua presença, afinal, Como continuar abrigando no coração raiva e amargura, se eu já pertenço àquele que morreu numa cruz para salvar os que lhe demonstraram ódio?
Samuel Vieira