Eleições em Anápolis sempre foram muito complicadas de análise. Alguns institutos afirmam que as pesquisas em nossa cidade têm margens de erro acima daquelas que os estatísticos, ou matemáticos, consideram razoáveis. Os entrevistados em Anápolis parecem gostar de brincar com o entrevistador, afirmando votar em quem rejeitam.
Com raras exceções, nossas disputas não são para cardíacos. Os favoritos iniciais nem sempre conseguem êxito no final. Senão, vejamos: Raul Balduíno, em 1966 venceu as eleições com uma margem exígua de votos; Henrique Santillo e José Batista Júnior venceram as eleições no período da ditadura, o que, à época, transformou a cidade em reduto daqueles que combatiam os militares. A seguir, tivemos a intervenção militar na cidade com a nomeação de inúmeros prefeitos da ARENA, alguns, inclusive, desconhecidos da população anapolina.
Findo o período de exceção, tivemos disputas eleitorais com elevado nível de imprevisibilidade quanto ao resultado final. Pedro Canedo e Adhemar Santillo disputaram, palmo a palmo, as eleições de 1985 com vitoria de Adhemar. Na sequência, o favoritíssimo Anapolino de Faria venceu Luiz Antônio de Carvalho em uma disputa, até hoje, contestada.
Quando Adhemar pleiteou, novamente, a Prefeitura, em 1992, até mesmo as pedras sabiam que ele venceria. Abertas as urnas, porém, a surpresa, Wolney Martins era o eleito. Na eleição seguinte Adhemar tornou-se, novamente, prefeito, vencendo, dentre outros, o próprio irmão Henrique Santillo e calando aqueles que o julgavam morto politicamente.
Nas eleições de 2000 um azarão, Ernani de Paula, atropelou adversários tradicionais da política Anapolina. Dentre eles, Adhemar Santillo e Rubens Otoni e tornou-se prefeito, posteriormente afastado pela Câmara. Em 2004 Rubens Otoni tinha o apoio, até mesmo, do governador Perillo e, mesmo assim, perdeu as eleições para Pedro Sahium. Também, foram derrotados naquelas eleições Onaide e Frei Valdair.
Algum maluco apostaria em Antônio Gomide nas eleições de 2008? Os favoritos aquela eleição eram Ridoval Chiareloto e Frei Valdair. Nenhum deles, sequer, foi ao segundo turno. Diria, então, que, apenas, na última eleição, 2012, não houve surpresas. Antonio Gomide era favorito e venceu com estrondosa margem de votos.
2016 será diferente? Se depender da Pesquisa Serpes recentemente divulgada, não. Quatro candidatos: Joao Gomes; Carlos Antônio, Pedro Canedo e José de Lima estão, tecnicamente, empatados na casa dos 12 a 16 pontos percentuais de intenção de votos. Perdem, no entanto, para os indecisos e os votos nulos que juntos atingem 36% dos entrevistados, o que acalenta o sonho, inclusive, dos menos citados, Ernani, Valeriano e Roberto do Órion.
Todos têm desafios. João precisa desvincular sua campanha dos desgastes de seu partido, o PT; Carlos Antônio enfrenta resistências em seu próprio partido, o PSDB, Pedro Canedo e José de Lima enfrentam a pouca exposição televisiva, uma vez que não conseguiram um arco de alianças robusto. Ernani tem problemas na Justiça Eleitoral e, caso seja inelegível, passa a ser sondado pelos restantes. Já, Valeriano e Roberto, precisam sair do anonimato, algo difícil em uma campanha de tiro curto.
Façam, pois, as apostas!
A “proibição” da liberdade de expressão
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