´Educação não é mercadoria!´ bradam os partidários da politização das instituições de ensino para justificar o desinteresse pelo compromisso com a eficiência pedagógica. Certamente, educação não é mercadoria, é serviço. E os professores deveriam ser formados e recrutados para criar valor real na dimensão do desenvolvimento humano em lugar de serem constrangidos e manipulados como meros cumpridores das receitas e exigências dos burocratas. Falta liderança educacional nas escolas, e o excesso de controle se reveste frequentemente da ladainha da inclusão que dissimula a ação ideológica em prejuízo da valorização do conhecimento.
A insuficiência e as deficiências da rede pública de ensino foram compensadas durante longo tempo pelas iniciativas de líderes das comunidades religiosas. Instituições de inspiração cristã como os colégios Mackenzie e São Bento alcançaram grande prestígio que perdura até hoje. Além disso, as deficiências da formação dos professores e a politização das práticas pedagógicas fizeram surgir, nos últimos anos, um grande número de empreendimentos educacionais privados. Multiplicaram-se também os estabelecimentos de ensino criados pelas igrejas em convênio com as prefeituras e os governos estaduais. Mas persistem as dificuldades de qualificação do serviço educacional.
As redes privadas e as escolas que adotam seu modelo de ensino atenuam as deficiências da formação dos professores e os fatores que reduzem o interesse dos alunos, definindo programas que são levados às salas de aula com planejamento rigoroso das atividades e avaliações da aprendizagem. Isso garante o aproveitamento que é considerado satisfatório pelas famílias dos estudantes e constitui, portanto, um feito de relevância social. Porém, crianças e jovens com acentuada vocação para o estudo, a reflexão, o exercício da criatividade e a busca do conhecimento científico ficam prejudicados pelos limites da padronização do ensino.
Considerando a função do serviço educacional no âmbito do sistema social e econômico, a solução de complementação seria a preservação das escolas que funcionam sob responsabilidade das comunidades religiosas como instituições verdadeiramente filantrópicas, isto é, comprometidas efetivamente com a agregação do saber e o aprimoramento das habilidades que qualificam as crianças e os jovens como potenciais agentes do desenvolvimento econômico e social. Com essa finalidade tais escolas deveriam ser sustentadas pelas famílias dos alunos e pelos empreendedores mais prósperos da cidade e da região, assegurando sua autonomia e versatilidade, comprometidas com a excelência organizacional e pedagógica.
Porém, o que dificulta a viabilização de projetos educacionais avançados é a inexistência de líderes comunitários com visão e ousadia suficientes para se empenharem com sucesso no cumprimento de tal missão.
A “proibição” da liberdade de expressão
Nos últimos dias circulou nos veículos de comunicação de todo o país a fala do desembargador goiano Adriano Linhares sobre...