Anápolis talvez seja uma das poucas cidades brasileiras onde a mobilidade ainda é tema proibitivo. Exceto raras e honrosas exceções, assim mesmo oriundas, mais, da iniciativa privada, não se enxergam projetos adequados para o atendimento aos portadores de necessidades especiais, incluindo neles, os idosos, os obesos e outros, cujo padrão estético e físico não se enquadra no que se convencionou chamar (erroneamente) de pessoas normais.
Do que se sabe, nenhuma sala de cinema em Anápolis tem poltronas especiais para a acomodação de pessoas obesas. Da mesma forma, o Teatro Municipal, os shoppings, as lojas e outros setores de maior afluência de público, têm oferecido facilidades para a locomoção de tais cidadãos, o que, por sinal, dificulta o cumprimento das normas constitucionais que apontam para a igualdade de direitos e deveres, a isonomia e a equidade.
Não deveria ser assim, pois Anápolis é vista como cidade de bom padrão cultural, onde a população acadêmica é superior à média nacional, devido à existência de um bom número de alternativas de acesso ao ensino superior. Como se não bastasse, projetos importantes, do ponto de vista sócio/econômico, são abrangentes e destacados, podendo-se citar, dentre muitos, a existência de uma moderna base aérea, de um bom complexo industrial, que conta com tecnologia de ponta, com destaque para a indústria químico/farmacêutica e para a indústria automobilística.
A rede educacional e cultural de Anápolis é uma das mais importantes do Brasil Central, assim como a sua estrutura econômica crescente, o que dá ao Município um status diferenciado. Mas, nem por isso existem projetos direcionados à facilitação da mobilidade. Nossas calçadas são verdadeiros atentados à segurança de todos, principalmente dos que não têm a destreza e a facilidade de locomoção. Temos calçadas de todas as alturas, de todas as larguras, verdadeiras armadilhas, ou arapucas e, invariavelmente, ocupadas por objetos e aparelhos não condizentes com o meio urbano. As repartições públicas (exceto o Centro Administrativo onde, no ano passado, instalou-se um elevador para cadeirantes e pessoas com dificuldade de locomoção) não oferecem estrutura para cidadãos especiais.
Os restaurantes, hipermercados e lojas de departamentos, não são preparados para receberem clientes cidadãos que dependem de equipamentos especiais para se locomoverem. E, o que é pior: não há, de parte dos gestores municipais, seja do executivo, seja do legislativo, pelo menos aparentemente, qualquer preocupação a respeito do assunto, embora existam leis que garantam tal procedimento. Projetos pontuais, como os ônibus da TCA que têm sistema de acolhimento de cadeirantes, são raros, quase que inexistentes.
Desta forma, estamos na contramão da história. A desculpa de que poucas são as cidades brasileiras onde esse assunto é levado mais a sério, não justifica. Se Anápolis já deu diversos exemplos, saindo na frente em muitos projetos sociais, porque não abraçar esta causa e começar uma campanha para o encaixe, a absorção e assimilação de coisa tão nobre e tão importante?
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