Não é à toa que o Governo Federal, numa feliz iniciativa da Presidente Dilma Rousseff, iniciou o processo de desaceleração dos juros bancários. Também não é por acaso, que outras medidas práticas e salutares estão sendo adotadas, dentre elas a extinção do IPI para a aquisição de carros populares, diminuição das taxas em outros segmentos automobilísticos e, muito mais do que isto, a ampliação da proposta de juros menores em outros setores do comércio e da indústria. No caso dos bancos, o Governo decidiu cortar na própria carne, determinando a redução dos juros no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal. O efeito foi que, imediatamente, os estabelecimentos privados, também, decidiram reduzir seus ganhos, por sinal, estratosféricos e irreais.
Acontece que, conforme a linguagem náutica, a economia está ameaçando “fazer água”, significando que a crise está batendo às portas. “Fazer água” é quando as embarcações, por motivos variados, começam a afundar, devido à infiltração em seus cascos. Conscientes e espertos, os agentes financeiros do Governo entenderam que não podem matar a “galinha dos ovos de ouro”, ou seja, o consumidor que, nos últimos anos, foi às compras, sem dó, nem piedade. Nunca, na história desse País se vendeu tanto carro; moto; geladeira; celular; fogão de seis bocas, DVD e assemelhados. Hoje, no Brasil, em qualquer domicílio, por mais simples que ele seja, dificilmente não serão encontrados esses aparelhos.
Mas, o inverso da moeda já começa a aparecer. As pessoas não estão conseguindo pagar os financiamentos. Muitos já começam a devolver os automóveis; refazerem financiamentos, venderem a dívida de um banco para o outro e se endividando, cada vez mais. O Governo, esta semana, colecionou mais uma preocupação econômica, ao ver que a arrecadação de tributos federais não para de cair e que o dólar, que andava meio desvalorizado, ultrapassou a casa dos R$ 2,00, coisa que não ocorria há três anos. Então, é motivo de preocupação, sim. Dilma Rousseff ao comentar a crise econômica que assola vários países europeus, foi à TV, esbravejando, ao afirmar que o País tem reservas para suportar, até, 300 por cento da crise que ocorreu em 2008, por conta do desastre causado pela recessão imobiliária nos Estados Unidos e que respingou no mundo todo. Mas, além disso, ela, orientada, certamente, por sua equipe econômica, está mais cautelosa, mais cuidadosa, ao contrário do então Presidente Lula que, ao mandar os brasileiros irem às compras sem preocupação, comparou a crise americana com uma “marolinha” e, hoje, vê-se que não era bem assim.
Desta forma, a Presidente está certa em baixar juros, mexer na política industrial e alertar a comunidade brasileira sobre a importância de se policiar para não cair na tentação consumista, pelo menos até que esse período mais crítico seja eliminado. Isto, porque crise econômica, quase sempre, vem acompanhada de queda na oferta de emprego. E, pai de família desempregado, não tem como suprir a despensa, atrasa o pagamento das mensalidades nas lojas, a escola do filho e os outros compromissos. Esta coisa tem nome e muita gente sabe: inflação. Nós os brasileiros, já sofremos, e como, com ela em épocas passadas e, certamente, ninguém em sã consciência tem saudades daquele tempo. A não ser os especuladores que vivem da desgraça alheia. Assim sendo, parafraseando a recomendação do Ministério da Saúde, que os brasileiros gastem com moderação. E procurem pagar suas dívidas antes que elas se tornem incontroláveis.
A “proibição” da liberdade de expressão
Nos últimos dias circulou nos veículos de comunicação de todo o país a fala do desembargador goiano Adriano Linhares sobre...