Na escola, as noções de cidadania e inclusão tornam-se contraproducentes quando enfatizadas sem progresso na aprendizagem da leitura e das operações matemáticas elementares. Se isso ocorre é porque tal ênfase constitui estímulo para a negação generalizada dos valores que embasam os métodos do ensino tradicional. Se assim não fosse, os críticos do ´ensino careta´ reconheceriam que nada pode ser mais inclusivo do que a efetivação da aprendizagem que se manifesta na fluência da leitura e na capacidade de compreender os números e sua operacionalidade como meio de representação dos elementos da realidade em diferentes níveis de abstração, isto é, como exercício da inteligência sob o rigor da máxima capacidade de objetivação .
A contestação do ensino tradicional, que se oficializou com a ascensão da esquerda populista ao poder, transformou a máxima de Einstein ´A imaginação é mais importante do que o conhecimento´ em sagrado mandamento da falsa modernização educacional, sem considerar, como lembra Cláudio de Moura Castro, que ´Einstein já possuía um doutorado quando proclamou as virtudes da imaginação””. Moura Castro adverte que ´decolar, nas asas da imaginação, tem lugar e tem hora. Antes do voo, é preciso dominar as caretices do pensamento lógico´. Enfatizando que as melhores escolas do mundo não dispensam os rigores do ensino tradicional, Castro afirma incisivamente que ´é crime contra a educação, antes da hora, relaxar regras rígidas de interpretação do que está escrito no papel´.
Tão lamentável quanto o fracasso do modelo populista de ensino ante o desafio da efetiva inclusão social são as distorções operadas no mundo acadêmico que impedem a formação de professores familiarizados com o rigor do pensamento lógico e motivados para o engajamento pedagógico inovador e eficaz. Ora, a verdadeira modernização do ensino em todos os níveis deve ser representada pelo emprego dos meios que assegurem a permanência das crianças e dos jovens na escola, bem como o incremento da aprendizagem. A organização escolar não pode se conformar com a atuação de professores mal formados, condicionados ideologicamente a induzir seus alunos a utilizar os recursos impressos ou digitais apenas para viabilizar a expressão da subjetividade e assimilar noções superficiais de cidadania.
Christiane Castro Brossi , ex- aluna da Uniana (universidade que se converteu no ano 2000 em sede da UEG), no seu trabalho de conclusão do mestrado em ´Elementary Education´ na Universidade Estadual de São Francisco, cidade onde vive desde que se transferiu para os EUA, ressalta que os professores precisam adequar os meios para melhorar o resultado de aprendizagem dos seus alunos. Com a experiência do seu campo específico de trabalho, ela afirma que ´Educators could adjust their teaching to include readings that would help English language learners improve their reading comprehension and fluency in English´. O pragmatismo inerente à visão dos mentores de Christiane e à sua própria prática educacional é algo quase inimaginável por aqui.
No Brasil, a educação escolar, fazendo-se mais de ideias preconcebidas do que com suporte da pesquisa científica, tornou-se falsamente inovadora com a desvalorização do talento educacional e a privação das crianças e dos jovens da aquisição dos meios da efetiva integração social e econômica. E esta é, sem dúvida, condição indispensável para sobreviver e prosperar na era do conhecimento. De outro modo, restam somente as barreiras que dificultam a vida dos que não aprendem a ler e pensar logicamente.
A “proibição” da liberdade de expressão
Nos últimos dias circulou nos veículos de comunicação de todo o país a fala do desembargador goiano Adriano Linhares sobre...