A julgar pelo ritmo observado no crescimento demográfico de Anápolis, tem-se a certeza de que, em mais uma década, a Cidade chega, fácil, aos 500 mil habitantes. Seremos meio milhão de pessoas convivendo numa comunidade que tem tudo para dar certo. É impressionante o número de novos loteamentos, condomínios, grupos habitacionais e outros projetos que visam, antes de tudo, criar espaços residenciais para abrigar a tanta gente que tem chegado ao Município. Para ilustrar, apenas uma empresa anapolina está em vias de lançar oito projetos imobiliários, valendo dizer que uma minicidade vai surgir em breve espaço de tempo. Da mesma forma, outros empreendimentos, já em adiantada fase de implantação, além de um grande número que caminha para isso, o que leva a acreditar-se que, de fato, Anápolis vai explodir em crescimento.
Mas, duas perguntas intrigam: quem está adquirindo estes imóveis? E, a Cidade estaria preparada para receber esse crescimento? As respostas ainda não são conclusivas, mas apontam para um desfecho aceitável. Quem está comprando é gente de Anápolis, uns para investir, outros para mudar de situação residencial. Mas, há, ainda, um elevado contingente de famílias que têm chegado para se instalar, provisória, ou, definitivamente. Vêm em busca de colocações no mercado de trabalho, inserção na estrutura educacional, principalmente no Ensino Superior e, mais ainda, um elevado índice de pessoas que estão saindo do aluguel, devido à evolução econômica que tiveram nos últimos tempos.
E, sobre a segunda pergunta, se a Cidade estaria preparada, ou, em preparativos, para assumir tamanha responsabilidade, qual seja, a de abrigar dentro de um projeto urbanístico aceitável, esta elevada carga de moradores, há controvérsias. A partir de algumas premissas ainda mal resolvidas, dentre elas a oferta de água potável, que, embora seja de boa qualidade, ainda não chega de forma regular, em grande parte dos domicílios, em que pese a empresa que explora o serviço de água e esgoto assegurar que isto não será problema para Anápolis crescer.
De outro lado, quer-se saber se haverá energia elétrica de qualidade e em quantidade para tanto consumo. Isto, porque, não só Anápolis, mas os outros municípios goianos, também, estão sofrendo com a irregularidade desse serviço. Quanto ao mais, com certeza, o poder público, nos três níveis (Federal, Estadual e Municipal, cada qual em sua faixa de atuação), irá assegurar a qualidade de vida para os moradores. Rede de saúde pública aceitável; sistema de transporte moderno e atualizado; vagas nas escolas públicas; uma boa política ambiental, com coleta e tratamento do lixo urbano, assim como alternativas de lazer e entretenimento, sistema viário eficiente e segurança pública à altura das exigências da comunidade. Os governos têm esta obrigação, pois o povo paga por isto. A exemplo do que acontece no restante do Brasil, os anapolinos são contribuintes, arcam com uma escorchante carga de tributos, na esperança de verem a contrapartida oficial, o que, em muitos casos, acaba não acontecendo.
Pessimismos, à parte, todavia, o que importa é acreditar no futuro de Anápolis como cidade âncora do progresso e do desenvolvimento sustentável. Motivos para isto não faltam. O povo faz a sua parte e espera que os governos façam as deles.
A “proibição” da liberdade de expressão
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