De tão previsível, chega a ser patético, ridículo, o comportamento do político brasileiro. O teatro político, no Brasil, é a encenação de um enredo velho e por demais conhecido. Tendo Maquiavel como roteirista, parecem acreditar que o mundo da moral e o mundo da política, necessariamente, precisam ocupar espaços distintos. Não existem políticos de situação, ou oposição. Existem, sim, aqueles que estão na oposição ou estão na situação. O comportamento depende da sazonalidade de poder, isto quando não nos deparamos com aqueles que sempre estão no poder. Estes, tal qual uma piada pronta, nunca mudam… Os governos, estes sim, são volúveis e às vezes mudam.
Uma das características marcantes da política no Brasil é a mistura entre pão e circo. Falo, especificamente, da “pátria de chuteiras” e nossa paixão pelo futebol. Nos anos da ditadura militar, os generais de plantão plantavam a ideia de que militantes de esquerda torciam contra a ‘seleção canarinho‘. Estes militantes de outrora, hoje no poder, acreditam que a oposição assistirá à Copa com uma camisa amarela sobreposta a outra camisa, que horror, com as cores da Argentina. Pura bobagem, dirão alguns. Outros, no entanto, acham que o sucesso ou insucesso de Neymar e companhia decidirão a eleição.
A acreditar na propaganda oficial, vivemos, hoje, em um país somente encontrado na imaginação de Lewis Carroll; a acreditar na oposição, vivemos em um verdadeiro inferno de Dante. Qual o verdadeiro Brasil? Talvez, provavelmente, nem um, nem outro. Com certeza, situação e oposição sabem que não vivemos em um país que tenha conseguido sanar suas deficiências em saúde, educação, infra-estrutura e segurança, tampouco vivemos em um país arcaico e medieval incapaz de avançar.
PT e PSDB são espelhos, hoje, daquilo que o outro foi ontem. O PT, antes oposição, para marcar terreno, foi capaz, até mesmo, de não reconhecer a Carta Constitucional de 1988. Por isto quando apresentou as condições de, efetivamente, assumir o poder, foi pintado como o Satanás capaz de promover a desordem e o caos. Hoje, invoca os mesmos fantasmas do passado para dizer que, agora, Satanás mudou de lado. O PSDB aprendeu a fazer oposição, utilizando-se das mesmas armas que o PT utilizava no passado. Enxerga erros e corrupção em todas as ações do governo.
Acoplados a um ou a outro, uma plêiade de partidos fisiológicos o que torna nosso sistema pluripartidário instável e nada solido. Não mais existe debate de ideias e propósitos, mas, tão somente, um bate-boca estéril envolvendo partidários de um fla-flu imaginário.
As alianças políticas não têm sentido ideológico ou histórico. Visam, tão somente, o poder. As propostas são irritantemente parecidas, padronização de um marketing aplicado tal qual uma receita de bolo. Ao se parecerem tanto uns com os outros, perpetuam a impressão popular de pertencerem ao mesmo saco de farinha.
A “proibição” da liberdade de expressão
Nos últimos dias circulou nos veículos de comunicação de todo o país a fala do desembargador goiano Adriano Linhares sobre...