Feliciano talvez não seja racista, embora ache que os nascidos no continente africano sejam originários da parte amaldiçoada dos descendentes de Noé. Talvez, também, não seja homofóbico, apesar de considerar um flagelo de Deus aqueles que, como Daniela Mercury, gostem de pessoas do mesmo sexo. Podemos, ainda, não considerá-lo preconceituoso apesar de sua afirmação de que os deputados que o precederam na Comissão de Direitos Humanos sejam discípulos de Satanás. Feliciano parece ser deputado por São Paulo, embora se esforce para parecer representante de um segmento religioso alienado politicamente. Feliciano poderia ser representante do povo no Congresso, mas por mais que se esforce, é representante, tão somente, de sua igreja e, pior, de si mesmo. Feliciano, acredite, é um perfeito idiota, que se ocupa de um cargo a ele ofertado para sacramentar alianças políticas espúrias, e antagonizar o Brasil e ridicularizar o próprio segmento a que pertence. Feliciano não é, e não pode ser, representante dos evangélicos ou de qualquer denominação religiosa porque prega, exatamente, o oposto do que Cristo pregou. Sua idiotice transpassa os limites do aceitável e sua teimosia ridiculariza um segmento, o evangélico, que nada tem a ver com suas estultices.
Feliciano é deputado. Os eleitos para a Câmara são eleitos como deputados, não como pastores; padres, médicos ou professores. Feliciano, portanto, é fruto da estupidez que se alicerça na Câmara de Deputados, uma casa capaz de produzir besteiras aos borbotões. É inadmissível que seus pares não se ativeram ao fato de elegerem Presidente da Comissão de Direitos Humanos, figura tão ignóbil e desprezível. Como Feliciano, existem, com certeza, outros deputados engenheiros, médicos, pastores ou advogados que, também, têm o mesmo pensamento preconceituoso. Estes, como aqueles, também não poderiam fazer parte de uma Comissao de Direitos Humanos.
Não se pode generalizar a estupidez de um deputado fascinado pelos holofotes e condenar todo um segmento religioso. Mas, é preciso lembrar, dia após dia, que somos um pais laico, que deveria atender às demandas de toda a a sociedade e não de um ou outro segmento. O Estado não é, e não pode ser, uma extensão da família, da igreja ou da propriedade e, óbvio, uma extensão dos interesses pessoais de quem quer que seja.
Há de se chamar a atenção, também, para a reação desproporcional dos segmentos afetados por Feliciano transformando factóides desferidos por um idiota em conflito com todo o segmento evangélico que, sabemos, também, congrega pessoas de cor e homoafetivas, transformando-se em avatares da estupidez de Feliciano.
Por fim, nada como recordar um ensinamento de Oscar Wilde, “O povo grita contra o pecador e, todavia, não é o pecador, mas o estúpido, que é a nossa vergonha. Não há outro pecado além da estupidez.”.
A “proibição” da liberdade de expressão
Nos últimos dias circulou nos veículos de comunicação de todo o país a fala do desembargador goiano Adriano Linhares sobre...