O Brasil acompanha, pelos mais diversos meios de comunicação, o fantástico mundo milionário do futebol. Garotos de 16, 18, 20 anos, tendo seus passes vendidos por milhões de dólares, euros, ienes e outras moedas. Eles vão embora muito cedo, deixando para trás, apenas, a lembrança da terra natal. Mas, vão por uma causa mais do que tentadora. Ficam milionários ainda na adolescência. De quebra, consertam a vida econômica de suas famílias vão viver em uma espécie de “reino encantado” onde o dinheiro abre qualquer porta. E, com eles, mesmo sem muito alarde, dezenas de outros seguem mundo afora, em busca do eldorado, da independência financeira, feita chutando bolas nos campos da Europa, Ásia e outros continentes. É uma coisa mais do que fascinante.
E, os times que os formaram, também, ganham muito dinheiro que, se bem aproveitado, vai servir para estruturar as instituições, garantindo-se sucesso nos campeonatos nacionais, nos torneios disputados e na formação de outros jogadores que possam brilhar no estrelato futebolístico. É óbvio que se trata de uma realidade comum a poucos. Aliás, própria para os que têm visões mais elevadas, mais futurísticas, mais avançadas. Isto porque a grande maioria dos dirigentes esportivos do Brasil não pensa assim. São os arautos do “aqui e agora”, dos que “vendem a janta para comprarem o almoço”. Ou seja, não planejam, não criam, não investem, não pensam.
É o que ocorre em praticamente todos os times goianos, incluindo os dois de Anápolis. Os investimentos nas chamadas categorias de base, na formação de promessas para o mercado futebolístico cada vez mais alvissareiro, são irrisórios. Falta maturidade, falta profissionalismo, falta conhecimento e falta seriedade em muitos casos. A boa vontade de alguns abnegados dirigentes, que tiram dinheiro do próprio bolso para suprirem carências do time do coração, embora seja louvável, não condiz com a realidade.
Seria o caso de se perguntar: qual foi a última vez que um time de Anápolis vendeu um jogador formado em suas bases? Quando foi que um atleta de Anápolis se destacou no mercado nacional? É uma pergunta de difícil resposta. Voltando-se no calendário esportivo, vai-se observar que isto faz um longo tempo. Talvez a atual geração não tenha conhecimento de que tal fato tivesse ocorrido. Mas, já aconteceu. Muitos jogadores dos campinhos de pelada, dos times amadores, das equipes desconhecidas conseguiram ir além do Estádio “Jonas Duarte”. Hoje, o que se vê, infelizmente, é um amontoado de jogadores, reunidos às pressas, nas vésperas de campeonatos, com contratos de três meses. Findo o Campeonato, acaba o time e volta tudo à estaca zero.
Enquanto isso, em outras partes do Brasil, a mentalidade é outra. Estados bem menos desenvolvidos tecnologicamente falando, como Maranhão; Ceará; Piauí, Mato Grosso e outros, têm revelado grandes jogadores para o mundo futebolístico. Em Goiás, com raríssimas e honrosas exceções, os times são montados com sobras das equipes do Centro-Sul. Jogadores que nem sabem pronunciar o nome do time goiano. E, o que é mais grave: não têm qualquer compromisso com as torcidas. É hora de se mudar isso.
A “proibição” da liberdade de expressão
Nos últimos dias circulou nos veículos de comunicação de todo o país a fala do desembargador goiano Adriano Linhares sobre...