Assim que passar a euforia da Copa do Mundo, a realidade deve retornar aos poucos. E, este ano, com um ingrediente a mais. É que os cidadãos deste País começam a viver, de forma bem mais intensa, os preparativos para as eleições gerais, quando escolheremos Presidente da República, governadores de estado, senadores, além de deputados federais e estaduais. É um evento de proporções extraordinárias, tendo em vista o volume de vagas, por conseguinte, o volume de candidatos e, certamente, os milhões de eleitores que estarão comparecendo às urnas no dia cinco de outubro, em primeiro turno. Se houver necessidade, voltam no dia 26 para o segundo, neste caso, apenas para Presidente da República e/ou governador de estado.
Mas, o que tem de novidade em tudo isso? A reposta, ou as respostas, seguramente, remetem para uma reflexão mais aprofundada de todos nós. Trata-se de uma oportunidade ímpar de mudarmos o que precisa ser mudado e, manter o que precisa ser mantido. Não só nomes, não só políticos. Mas, principalmente, as atitudes, os procedimentos, o jeito de ser do sistema vigente.
O povo brasileiro, cordato por natureza, sempre, deu demonstrações de ser pacífico, ordeiro, trabalhador e pacato. Foram poucas as vezes em que o processo político/eleitoral influiu na vida cotidiana de eleitores e candidatos. As eleições brasileiras, no transcorrer de muitas décadas, são exemplo para o restante do mundo. Pecamos, às vezes, na escolha de pessoas que nos representam por um mandato de quatro anos (à exceção de senador, cujo mandato é de oito anos), tempo no qual, esses políticos detêm uma espécie de procuração da sociedade para governar o Brasil. Daí, a importância de se votar conscientemente, de se escolher com critério, de se eleger quem, realmente, esteja em condições de nos representar, e, representar bem.
Em um país onde o voto é obrigatório, com todo cidadão tendo de comparecer às urnas, sob pena de sofrer consequências advindas da lei, seria bom que este voto obrigatório fosse, também, um voto consciente, objetivo, positivo e salutar para a democracia. Longe está o tempo em que se votava por simpatia pessoal, por favores econômicos e financeiros, por indicação de alguém. Mais esclarecido e mais cônscio, o brasileiro deve ir, sim, às urnas no dia cinco de outubro, mas convicto de que seu voto é importante para manter o que está colocado, ou mudar, de preferência para melhor. É a nossa grande oportunidade. Dessas que não podemos desperdiçar.
A “proibição” da liberdade de expressão
Nos últimos dias circulou nos veículos de comunicação de todo o país a fala do desembargador goiano Adriano Linhares sobre...