Quando foi criada em 1999 por Marconi, a UEG era formada por 13 faculdades estaduais. Poucos anos depois já possuía 42 Faculdades/Unidades e mais 20 Pólos (para oferecer LPP- Licenciatura Plena Parcelada). Um crescimento de mais de 370% sem nenhuma infraestrutura. O grande negócio da propaganda governamental daquela época era: “Criamos a maior Universidade do Brasil” e “Marconi é pai da UEG” e a “UEG é a menina dos olhos do governador”. Tudo demagogia para ser utilizada pelo governo à exaustão nas eleições de 2000, 2002, 2004 e 2006. Associado a isso o governo Marconi (1999-2006) realizou apenas um concurso e foi somente para professores, com 400 vagas.
O plano de carreira dos servidores técnico-administrativos só foi criado em 2010 durante a gestão de Alcides Rodrigues. O mesmo Alcides autorizou um concurso para professores que foi realizado em 2010 onde foram oferecidas 477 vagas. Como se não bastasse a crise da falta de recursos e estrutura para a UEG, no início de 2006, o governo de Marconi, junto com o reitor, que era do PSDB criaram mais 32 novos cursos de graduação regulares, mais de 1.000 novas vagas na LPP – Licenciatura Plena Parcelada (pensando em canalizar tudo isso para a eleição de 2006) e mais 08 novas Unidades Universitárias. Isso tudo sem nenhum recurso financeiro extra e sem nenhuma estrutura. Alguns anos depois, o MEC e o INEP iriam cobrar a fatura da UEG classificando-a como uma das piores do Brasil, em função da forma precária de funcionamento dos cursos na UEG. Esse uso político-eleitoreiro da universidade é que levou a UEG a ser classificada como uma das piores do Brasil. Depois que fez intervenção na universidade apenas para indicar “amigos” para ocupar os cargos, o governo tenta utilizar o baixo índice da UEG no ENADE apenas para jogar a culpa dessa baixa avaliação no atual reitor e nos atuais diretores de unidades. Essa tática politiqueira e oportunista, foi utilizada pelo governo à exaustão para tentar justificar a sua ação intervencionista ilegal nos cargos da UEG.
A UEG só foi ter orçamento definido em lei em 2006. Orçamento de 2%, que dá um total de 140 milhões/ano. Pode parecer muito, mas é muito pouco quando é aplicado na universidade. Proporcionalmente, é o pior orçamento entre as universidades públicas brasileiras. Só a título de exemplo, as universidades de dois estados bem mais pobres que Goiás (Paraíba e Maranhão) a UEPB – Universidade Estadual da Paraíba e a UEMA- Universidade Estadual do Maranhão possuem os seguintes orçamentos: R$ 340 milhões e R$ 243 milhões, respectivamente. Muito superiores ao da UEG. Citamos esses dois estados apenas para provar o quanto é demagógica a fala do governo de que investe na UEG. Enquanto a UEG possui 42 campi e 153 cursos, a UEMA possui 21campi e 139 cursos e a UEPB possui 07 Campi e 41 cursos. Agora dá para comparar e entender que o governo utiliza a UEG apenas para “pegar” seus cargos e para fazer propaganda que não corresponde à verdade. No mundo real a coisa é muito diferente. O mais grave de tudo, é que nem esse orçamento vergonhoso de 2% da UEG é cumprido pelo governo de Marconi Perillo. Até agora só cumpriu 1,4% e a UEG deve fechar suas contas no vermelho daqui a dois meses.
A UEG sempre viveu sob intervenção do governo de Marconi Perillo. Em 2001, sofreu a sua primeira intervenção e foi na Secretaria Geral e Diretoria Financeira. A intervenção foi feita para indicar aliados do governo para esses cargos. Em 2003, fez intervenção na presidência da FUEG (mantenedora da UEG de quando ela era Fundação). A intervenção na FUEG durou até 2005, quando a ADUEG, SINDUEG e DCE através de inúmeras manifestações conseguiram derrubar a intervenção e fazer a LDB voltar a ser respeitada pelo governo.
Em 2006, fez intervenção novamente na presidência da FUEG onde indicou Eliana França para ocupar o cargo. Ela não durou nem dois meses na presidência, pois logo em seguida a ADUEG, SISTAUEG e DCE novamente organizaram inúmeros protestos e o governo recuou demitindo essa senhora. Em janeiro de 2011, o mesmo Marconi Perillo, depois de prometer durante a campanha eleitoral de 2010, que respeitaria a autonomia da UEG e não se meteria na política interna da universidade, fez intervenção nos cargos de primeiro escalão demitindo quatro Pró-Reitores, o Diretor do Núcleo de Seleção e o Chefe de Gabinete do Reitor. Nesta quarta intervenção feita por Marconi na UEG ele indicou Cabos Eleitorais para ocupar esses 06 cargos na mais completa ilegalidade. Fez isso violando o Art. 29 do estatuto da UEG onde diz que somente o Reitor pode indicar seus Pró-Reitores. Não satisfeito ainda indicou mais uma Cabo Eleitoral de seu partido para ocupar de forma Ilegal a Vice-Reitoria da UEG.
O resultado disso é que, hoje, a UEG está o caos. A administração central virou uma verdadeira Torre de Babel, onde ninguém mais se entende. A universidade está parada. O prédio da reitoria em Anápolis, onde ficam os interventores do governo, mais parece um cemitério, no sentido de morte da legalidade acadêmica e silêncio como expressão de medo de perseguição política dos interventores contra servidores. As poucas reuniões que ainda acontecem mais se parecem com velórios, onde não existe mais nenhuma expressão de vontade e alegria na face das pessoas que ali trabalham. Os semblantes são de medo e desconfiança em função da pressão para que fiquem do lado da intervenção. A vida profissional nesse ambiente deu lugar a verdadeiros murmúrios, onde amigos já não se entendem mais, pois são cobrados a tomar uma posição política: do lado dos interventores ilegais do governo ou do lado da legalidade que elegeu o Reitor? Agora, o governador criou um Novo Estatuto Ilegal para a UEG com o propósito de cassar o mandato do reitor eleito e de 29 diretores de unidades eleitos. Quer cassar também a participação das entidades sindicais da UEG nos órgãos colegiados da universidade. Esse mesmo governo que deveria dar o exemplo de cumpridor da lei viola claramente a LDB (Lei Federal Nº 9.394/96) ao elaborar o Estatuto da UEG. Segundo a LDB, somente as universidades podem elaborar seus estatutos. Esse é o retrato da UEG, depois do abrupto processo de intervenção feito por esse governo em janeiro de 2011.
ADUEG – ASSOCIAÇÃO DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS