O que sugeria a imagem de Lula sentado no ´trono´ do Palácio da Justiça, em Lima, no dia 25 de agosto de 2003? Era o populismo exibindo sua hegemonia com seu principal líder insinuando a pretensão de impor-se como Senhor do destino dos povos do vasto continente latino-americano. A ascensão de Lula, legitimada pelo voto popular e o engodo do ´homem do povo defensor dos pobres´, acabou revelando-se como a mais séria ameaça à consolidação da democracia no Brasil. Aliás, os piores inimigos da democracia são aqueles que se utilizam dela para destruí-la, como ocorre na Venezuela.
O surgimento, em nosso país, de um líder demagogo e voluntarista foi saudado efusivamente por Fidel Castro porque evidenciava o extraordinário revigoramento da utopia socialista e do nacionalismo tão infantil quanto pernicioso. O entusiasmo de Frei Beto, ícone da Teologia da Libertação, era tão grande que chegou a declarar que sua principal referência neste mundo era o caudilho comunista de Cuba, inspirador e mentor dos movimentos de esquerda no continente.
O fracasso do lulo-petismo revela-se, no entanto, insuficiente para despertar seus partidários da quimera bolivariana. Os sindicalistas sustentados pela contribuição obrigatória e os que esvaziaram a Igreja de sua missão civilizadora para convertê-la em instrumento de manipulação política clamam pelo retorno de Lula ao poder. Argumentam com a soberania do voto e o direito do seu líder apresentar-se como candidato à presidência. Ora, é desejável mesmo que Lula possa disputar a eleição de 2018 para que, desmascarado pelos fatos no confronto com seus adversários, o mito do líder redentor se desfaça definitivamente.
No Brasil dos últimos anos, o esquerdismo e a intolerância política tornaram-se o ópio da militância universitária, das minorias ruidosas e de grande parte dos organizadores dos movimentos sociais. Tornou-se grande o número de brasileiros que deixaram de reconhecer a Pátria como abrigo de todos, constelação da diversidade que enriquece a experiência humana, inspiração do direito e da dignidade, protetora da liberdade de expressão e de empreendimento.
Urge, portanto, resgatar o sentido da política como atividade que deve ser conduzida por homens e mulheres desejosos de promover a justiça criando as condições que sustentem a ordem, o progresso e a valorização do bem comum.
A “proibição” da liberdade de expressão
Nos últimos dias circulou nos veículos de comunicação de todo o país a fala do desembargador goiano Adriano Linhares sobre...