Dizem que, quando ainda na década de 60 surgiu a ideia de se transferirem as indústrias de Anápolis para um local mais afastado do centro urbano, muita gente foi contra. O objetivo básico era retirar da região habitada as indústrias beneficiadoras de cereais que proliferavam nos altos do Jundiaí. Eram, na oportunidade, as mais importantes indústrias de transformação em Anápolis, oferecendo centenas de empregos diretos e indiretos, uma grande contribuição para a economia do Município.
O tempo passou e a ideia de se levar para além da rodovia Goiânia/Brasília as empresas que já não cabiam mais na região central foi ganhando força e surgiu, então, o Distrito Agro Industrial de Anápolis. Justiça seja feita ao esforço desenvolvido, na época, pela Associação Comercial e Industrial de Anápolis que, mesmo enfrentando resistências e desconfianças, levou o projeto adiante e, com o apoio do Governo Estadual e da Prefeitura, acabou por convencer a todos das vantagens de se criar o distrito. Veio a inauguração, as primeiras indústrias, algumas de pequeno e médio portes. Outras já grandes, como CEMINA, PRECON e muitas mais.
Houve, também, uma época de dificuldades, empresas fechando, crédito desaparecendo, dinheiro ficando cada vez mais difícil e projetos sendo desativados. Mais uma vez, entretanto, falou alto a pujança do empresariado anapolino e das autoridades políticas de então. Nos anos 80 uma nova injeção de estímulo foi dada ao DAIA e ele nunca mais parou de crescer. Hoje, o “fim de mundo” que muitos definiam, é o mais importante núcleo fabril de todo o Centro Oeste, abrigando projetos de ponta, sistemas integrados de logística, empresas com bandeiras multinacionais, montadora de automóveis, indústrias de transformação, fábricas de alimentos, móveis, equipamentos em geral e muitos laboratórios farmacêuticos.
É certo que muitos dos que não acreditaram (e até criticaram) no DAIA, já não estão mais entre nós para verem o quanto ele evoluiu. Mas, muitos outros, testemunhas vivas e oculares daquele sonho que foi se materializando, chegam, hoje, à conclusão de que valeu a pena. E, como valeu! Depois de receber projetos empreendedores das mais diversas vertentes econômicas, o Distrito Agro Industrial de Anápolis se prepara, agora, para ser a sede de uma montadora de aviões à jato. Pode ser que, a exemplo do que ocorreu nos anos 60, pessoas duvidem do projeto, entendam que é um sonho de impossível realização. Mas, para quem conhece a história de Anápolis, a sua vocação para grandes empreendimentos como a Estrada de Ferro, nos anos 30, e Base Aérea e o DAIA, nos anos 70, a Ferrovia Norte Sul e a Plataforma Multimodal nos anos 2000, não é surpresa nenhuma. A maioria absoluta concorda, acredita, e torce, para que, em poucos meses, sejam ouvidos os roncos dos jatos montados em Anápolis.
Vander Lúcio Barbosa
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