Com o advento da internet e outros recursos eletrônicos, é cada vez menor a frequência de pessoas interessadas nas bibliotecas. As pesquisas, em sua maioria, são feitas pelo computador e o hábito da leitura está cedendo espaço para a agilidade dos aparelhos portáteis de comunicação. As escolas e os pais, com raríssimas exceções, há muito deixaram de incentivar crianças e adolescentes a buscarem bons livros para se instruírem. Para especialistas em educação este é um fenômeno social que vai deixar um estrago sem precedentes na qualidade intelectual das futuras gerações.
A rigor, pode-se contar nos dedos, em qualquer família, pessoas que já tenham lido, pelo menos, um livro inteiro. Não há esse interesse e, muito menos o estímulo para que isto aconteça. Nas escolas, as técnicas didáticas modernas apontam para os chamados “trabalhos de equipe” que consistem, em sua maioria, hoje, na simples cópia do que se encontra na primeira pesquisa feita na internet. Há casos em que as transcrições levam, até, o nome do autor da obra. E, estes “trabalhos” são entregues como se de autoria dos alunos fosse.
Essa atitude, a princípio, vista como “esperteza” do aluno que busca um “prato feito” e, em muitos casos, obtém boa nota, pois o próprio professor, na maioria das vezes, desconhece a autoria do texto, vai refletir lá na frente. Ele vai para a vida despreparado, desqualificado, sem formação cultural e sem formação intelectual. Simplesmente porque quando criança, não foi apresentado por seus pais a nenhum livro.
Cientificamente está provado que as pessoas que têm o hábito da leitura, encontram mais facilidades para o desenvolvimento de seus projetos pessoais, de suas atividades cotidianas e mais desenvoltura nos relacionamentos humanos. A leitura abre os horizontes da intelectualidade, desperta o senso curioso das pessoas e permite raciocinar, imaginar, criar, fantasiar. Em qualquer livro não há nada de pronto e acabado. O leitor vai interagindo ao desfolhar as páginas, vai absorvendo as mensagens e propostas dos autores.
Todavia, tudo isso está sendo deixado de lado. As livrarias estão sendo fechadas uma a uma. A se manter esse comportamento social, em pouco tempo corremos o risco de ter uma sociedade robotizada, que não saberá fazer mais nada sem um controle remoto na mão e sem um computador à sua frente nas 24 horas do dia. Os livros, assim sendo, serão meras peças de museu guardando em suas páginas tesouros insondáveis, coisas mágicas, ensinamentos que serviriam para a eternidade. Mas, que a atual geração está fazendo questão de sepultar.
A “proibição” da liberdade de expressão
Nos últimos dias circulou nos veículos de comunicação de todo o país a fala do desembargador goiano Adriano Linhares sobre...