A crônica esportiva perdeu Miguel Squeff, um dos mais consagrados narradores do futebol goiano em todos os tempos. Protagonista de uma brilhante carreira iniciada em 1965, como plantonista (em experiência) da extinta Rádio Santana na transmissão do jogo em que o Anápolis sagrou-se campeão goiano ao derrotar o Vila Nova por 3×2, o criador do jargão ´tá lá dentro´ tinha paixão pelo futebol, mas era a ´Xata´ que fazia a sua adrenalina subir e extravasar a emoção.
Em 50 anos de rádio, Miguel trabalhou nas emissoras Santana, Carajá, São Francisco e Imprensa e também na Televisão Tocantins. Empresário do setor de comunicação, dono de indústria de cerâmica e secretário de esportes dos prefeitos Wolney Martins, Pedro Sayhun e Alcides Rodrigues, ele nunca afastou-se do microfone, a par de sua experiência internacional em transmissão de copas mundiais, olimpíadas e inúmeras competições nacionais.
Emérito formador de opinião, carismático e independente, com uma enorme folha de serviços prestador ao esporte goiano, especialmente ao futebol, o radialista esquivou-se de vários convites para ingressar na carreira política, apesar do seu prestígio e de sua notória chance de sucesso. Deputado que Anápolis perdeu, no início da década de 1980, talvez por desconhecer a sua força, priorizou o microfone para defender as suas convicções em apoio ao esporte.
Vibrante e clássico, duro no lance, mas absolutamente leal, era um narrador que literalmente entrava em campo. Quantos jogadores escalou e quantos árbitros expulsou. Quantos treinadores demitiu e quantos presidentes elegeu. Quantos vezes gastou o faturamento de sua equipe para cobrir um time local em gramados tão distantes quanto a realidade de nosso futebol. Quantas dívidas contraiu para transmitir partidas do Brasil no exterior. Quantos dias e noites de estrada, naquele tempo em que o narrador ficava sempre na cabine da arquibancada e nunca à frente da televisão. Tantas vezes mal compreendido por jamais emudecer a sua voz contra o jogo sujo. Tantas ameaças recebidas por combater os cafajestes do futebol.
Poucas pessoas fizeram tanto pelo esporte em Goiás como Miguel Squeff. Ele deixa um grande legado aos seus ouvintes apesar de nunca ter narrado uma vitória da ´Xata´ em decisão de campeonato.
A “proibição” da liberdade de expressão
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