Um nova tendência tem surgido e está se tornando popular em países de primeiro mundo, ganhando força e adeptos: trata-se da cultura minimalista.
Ela difere e se assemelha em muitos aspectos à cultura hippie. Suas semelhanças são o desprezo pelo consumismo e a sociedade consumista, o abandono dos padrões sociais e da força midiática e da propaganda, a adoção de métodos alternativos de vida. As diferenças estão no fato de que são jovens com roupas comuns, boa formação intelectual, que gostam de coisas boas, fogem das drogas e da cultura zen, mas que estão optando por simplificar a forma de viver. Vivem de forma mais desapegada, tentando ter a casa menor possível, um automóvel simples, poucas roupas e escassos itens pessoais.
Eis alguns destes exemplos: três amigas resolveram adotar um projeto chamado 333. Elas viveriam no seu trabalho, por três meses, usando apenas 33 itens do seu guarda roupa. Apesar de terem alguns clientes com os quais tinham encontros rotineiros e irem diariamente ao mesmo escritório, descobriram que ninguém notou que elas tinham adotado um estilo de vida simples, e isto as levou a defender o conceito de que é possível viver de forma mais descomplicada e simples.
Colin Wright, que trabalha no ramo de investimentos e mercado financeiro, decidiu simplificar sua vida de tal forma que teria apenas 51 itens em sua vida, incluindo roupas, calçados, e objetos de uso pessoal que cabem numa nécessaire. Ele afirma que carrega literalmente o que tem nas costas, em duas pequenas bolsas, e se sente bem entendendo que não precisa de mais do que isto.
Adeptos do minimalismo estão decidindo morar em apartamentos de 40 M2, depois que descobriram que a maioria das pessoas geralmente utiliza apenas 40% das dependências de suas casas. Para eles o lema de Jim Carey faz enorme sentido: ´Desejo que todos se tornem ricos e famosos para perceber que isto não é a resposta´. Eles entenderam que não temos controle sobre o que podemos ganhar, mas podemos ter controle sobre os gastos. Eles denunciam a cultura do consumismo compulsória que nos leva a pensar que precisamos comprar mais. Adeptos do minimalismo não tem problema em comprar, um deles disse que possui algumas boas roupas, confortáveis, mas compra apenas aquilo que ele entende que é estritamente necessário.
Na concepção minimalista esta é a forma de se livrar das altas prestações da casa própria, que leva a maioria das pessoas a pagar financiamentos comprometedores por 30 anos. Esta leveza dá enorme senso de liberdade e independência, permitindo correr mais riscos já que não há muito a perder, e isto traz serenidade, afinal, dizem eles: ´Se há uma sobrecarga de adrenalina e energia, a única coisa a fazer é desligar´.
Em suma, estão querendo reavaliar o que é ter sucesso na vida. Eles reconhecem que há uma insatisfação básica no coração humano e temos a tendência de transferir nosso instinto primário de estar conectado às pessoas para nos apegarmos a coisas, pois objetos dão um sentido simbólico ao valor que desejamos como seres humanos. A indústria do marketing sabe disto e quer nos fazer sentir inadequados e insatisfeitos, mas não importa o quanto você compra, objetos não satisfazem e o segredo é reconhecer que a maioria das coisas que temos, na verdade, nunca nos fará falta. Coisas costumam trazer desconexão e por isto passamos a vida desejando cada vez mais como seres humanos e nos viciamos. ´A propaganda infiltrou e poluiu a cultura. Precisamos de mais coisas, mais barulho´ e assim chegamos a um ponto em que não sabemos o que é realmente importante.
Quando surgir o desejo da compra é preciso perguntar: ´Realmente preciso disto? Isto adiciona algum valor à minha vida? Por que preciso disto ou daquilo?´ Todas as vezes que comprarmos algo, precisamos avaliar o sentido e a necessidade real de se possuir isto ou aquilo, e não permitir que substituamos desejos por necessidades.
A “proibição” da liberdade de expressão
Nos últimos dias circulou nos veículos de comunicação de todo o país a fala do desembargador goiano Adriano Linhares sobre...