Anápolis, de há muito, deixou de ser uma cidade interiorana. Ela ostenta bandeiras de grandes empresas multinacionais, incluindo bancos; montadoras de veículos, concessionárias de automóveis; de motocicletas, redes de alimentação e vários outros projetos que lançam o nome da Cidade para a relação dos municípios desenvolvidos no panorama socioeconômico. Isto, sem contar o apelo educativo e cultural, representado por quase 50 cursos de graduação, incluindo Medicina; Odontologia; Direito; Engenharia nas mais diferentes áreas, ciências humanas e muitas outras, espalhadas que estão, em quase uma dezena de estabelecimentos do gênero.
Assim sendo, detentora do segundo maior PIB de Goiás, atrás, somente da Capital Goiânia, Anápolis é, na verdade, uma macrorregião, ou seja, um município com forte influência social, econômica, cultural e política (mais de 240 mil eleitores aptos a votarem) para o Estado e para o Centro Oeste Brasileiro. A Cidade é servida por uma boa rede de distribuição de energia elétrica, boas rodovias e todos os equipamentos indispensáveis para a logística da comunicação. Pode-se acrescentar a isso, o anúncio de grandes empreendimentos econômicos, seja no setor imobiliário, seja na industrialização, ou, até, nos investimentos públicos, como Ferrovia Norte Sul e outros.
Assim sendo, a Cidade acaba por atrair a atenção do restante do País e o processo migratório é elevado. Milhares de pessoas aportam por Anápolis todo os meses, em busca de emprego, moradia e oportunidades variadas no contexto social do Município. E, a pergunta que se faz é: estaria Anápolis preparada para receber tamanha carga? No que se refere à mobilidade, por exemplo, a Cidade pode ser considerada, pelo menos, razoável para a onda de crescimento que já chegou? Parece que, ainda, não.
Nossos edifícios públicos, com raríssimas e honrosas exceções, não oferecem as mínimas condições de acesso a portadores de necessidades especiais. Os locais de maior afluência, como shoppings, ainda carecem de maior aparelhamento para receberem essas pessoas. E, lembrar que, conforme o censo do IBGE em 2010, o Brasil tem mais de 16 milhões de portadores de necessidades especiais. Desses, certamente, muitos estão em Anápolis e precisam ter seus direitos de cidadania respeitados. Assim sendo, em que pese serem reconhecidos alguns avanços nos últimos anos, ainda é preciso se investir mais; se exigir mais, se conscientizar mais. Os ginásios de esportes; os estádios, os cinemas, etc. devem ser obrigado a criarem espaços adequados para estes cidadãos, inclusive sanitários específicos para que eles possam usar sem constrangimento.
Seriam projetos dispendiosos? Pode ser que sim, pode ser que não. Depende de como se enxerga a importância de tudo isso. Sem contar que existem leis em vigor que definem normas de condutas para o atendimento aos portadores de necessidades especiais. Eles são cidadãos; eleitores; contribuintes; formadores de opinião, produtivos e úteis à sociedade. Assim sendo, tudo o que se fizer para facilitar suas vidas, não terá sido favor algum, gentileza nenhuma. Os portadores de necessidades especiais, sejam cadeirantes; deficientes visuais; deficientes motores, deficientes intelectuais ou qualquer outra dificuldade que enfrentam, têm direito à mobilidade, ao acesso nos locais público e privados, como Prefeitura; Fórum Municipal; Câmara Municipal; lojas; supermercados; praças, igrejas, etc. Afinal de contas, vivemos no século 21.
A “proibição” da liberdade de expressão
Nos últimos dias circulou nos veículos de comunicação de todo o país a fala do desembargador goiano Adriano Linhares sobre...