Dia desses a televisão mostrou uma série de reportagens sobre a violência em Goiás. Um dos capítulos registrou as cenas chocantes de pessoas sendo, literalmente, linchadas em via pública, agredidas por haverem cometido crimes como furtos, roubos e assaltos. No que ficou entendido, a população resolveu “fazer justiça com as próprias mãos”, descrente da eficácia da lei ou, talvez, devido à inoperância das autoridades responsáveis pela segurança pública, para a garantia do sagrado direito de ir e vir preconizado pela Constituição Federal. Só pela Constituição.
O quadro fazia lembrar os velhos filmes de faroeste, quando bandidos eram flagrados cometendo crimes, levados à praça pública e enforcados, sob aplausos da multidão que se sentia “vingada”. Isto nos séculos 17, e 18.
É claro que ninguém gosta de ser agredido. Afinal de contas, cada qual, per si, carrega o orgulho, a dignidade, a cidadania e os direitos individuais. O direito à propriedade há de ser respeitado e a integridade física é assegurada, por lei, a qualquer cidadão de bem. Acontece que, a realidade que se nos apresenta, difere daquela que sonhamos, ou pretendemos. Não temos a resposta devida por parte de quem se acha na obrigação de oferecê-la. Isto, todavia, não autoriza a ninguém sair por aí torturando pessoas no meio da rua, agredindo a quem quer que seja, incluindo os criminosos cruéis. Quem assim procede, se assemelha a eles. Não importa o grau de revolta; não importa o momento; não importa a circunstância, ou o motivo. Vive-se, pelo menos é o que se apregoa, o estado de direto no Brasil, onde todos, exatamente todos, têm o amplo direito de defesa. É elementar. Até os condenados à morte, em países que adotam esse tipo de pena, têm a chance de se defenderem, têm advogados constituídos. Quem vai ditar a punição não será a dona de casa, o trabalhador, o estudante. Não é papel deles. É papel dos agentes da Justiça.
E, esse circo de horrores que se presencia nas ruas de todas as cidades brasileiras é um retrocesso social. Se o bandido; o assaltante, o estuprador ou, qualquer outro criminoso pratica um ato inaceitável, horrendo e imperdoável, não seremos nós, os cidadãos de bem, trabalhadores honestos, que iremos julgá-los. Não é assim que funciona. O adágio popular mais adequado para uma situação como esta é o velho chavão: “Violência gera violência”.
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