O Brasil dos nossos sonhos está começando a surgir com a validação da Lei da Ficha Limpa, proposta de iniciativa popular que recebeu 1,5 milhão de assinaturas – entre as quais, com muito orgulho e senso cívico, coloquei a minha. Por maioria, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os políticos com histórico de improbidade não poderão mais se candidatar a cargos públicos. Ou seja, os brasileiros ficarão livres de quem não se conduziu bem à frente da gestão pública e cometeu crimes contra o erário.
A corrupção é o grande mal do nosso país. Pelo ralo da malversação escorrem recursos que seriam suficiente para resolver todas as mazelas que afligem milhões de pessoas. Causa indignação e revolta a repetição de escândalos no noticiário da imprensa, principalmente nas bandas do governo federal, cujo ministério assusta pela alta rotatividade de ministros – oito caíram no primeiro ano do governo Dilma.
A luta pela Lei da Ficha Limpa foi encampada pela Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB). De acordo com o presidente da entidade religiosa, dom Raymundo Damasceno, a lei não resolverá todos os problemas de corrupção no Brasil, mas facilitará escolha de políticos mais preparados e qualificados sob o ponto de vista ético. Trata-se de uma conquista que a CNBB classifica de “presente” à sociedade brasileira.
Notícia melhor do que essa da validação da Lei da Ficha Limpa, portanto, não poderia existir. Gente indecorosa como Severino Cavalcanti, Paulo Maluf, Jader Barballho, Joaquim Roriz e tantos outros fichas sujas que pululam na vida pública será barrada nas urnas. A faxina ética começa com alguns anos de atraso, mas o importante é que ela agora definitivamente será empreendida para a alegria do povo brasileiro, que anda cansado de tanta malandragem e corrupção.
Em Goiás, a Lei da Ficha Limpa também provocará baixas no bloco dos improbos e malversadores do dinheiro público. Dentre eles, recebe destaque o ex-prefeito de Catalão e hoje presidente estadual do PMDB, Adib Elias, que teve contas rejeitadas e foi condenado em diversos processos pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) por promover farra com recursos do contribuinte.
O ficha suja Adib Elias já havia sido impedido pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de registrar a sua candidatura ao Senado Federal nas eleições passadas. A decisão foi confirmada em última instância pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e os votos que ele recebeu nas urnas não foram computados. Muitas foram as maracutaias cometidas por Adib na Prefeitura de Catalão. A mais escandalosa delas diz respeito ao superfaturamento de obras de pavimentação asfáltica, que resultou na famosa Operação Ouro Negro, deflagrada pelo Ministério Público e Polícia Civil para apurar o desvio de R$ 10 milhões dos cofres municipais, com base em mais de duas mil horas de gravações telefônicas.
Como tudo na vida tem um fim, graças à Lei da Ficha Limpa, que em boa hora foi validada pelo STF, chega melancolicamente a termo a carreira de malfeitorias do ficha suja Adib Elias. Que ele agora se recolha ao ostracismo ao lado dos Severinos, Malufs, Jaders e Rorizes da vida. As famílias dos trabalhadores e das pessoas de bem de Catalão – e, em consequência, de Goiás – agradecem.
A “proibição” da liberdade de expressão
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