Fato que pode ser análogo ao que ocorreu em 1888, na Inglaterra, quando uma série de crimes brutais praticados contra mulheres, fez surgir a lenda de “Jack, o Estripador”, guardadas as proporções, poderia estar ocorrendo em Goiânia. A sequência de mortes de mulheres, principalmente jovens, nos últimos meses, causa pânico, síndrome de medo e uma série de outros comportamentos atípicos na sociedade em geral. A mídia se encarrega de dar mais amplitude ao caso, o que, certamente, aumenta a preocupação. Afinal de contas, está-se tratando de crimes de morte contra mulheres indefesas, o que não deixa de ser aterrorizante.
É natural que a sociedade cobre providências do aparelho policial, uma vez que ninguém gostaria de ver sua filha; sua esposa; sua amiga, alguém de seu convívio, ou não, ser vítima desse provável assassino em série. Pode, até, ser mais de um. Ou pode, também, não haver correlação entre um crime e outros. A insegurança pública é a pior das sensações do cotidiano. Sair de casa e encontrar a morte na primeira esquina; no ponto de ônibus; em ruas desertas, é de uma sordidez indescritível, experiência pela qual ninguém gostaria de passar.
O Brasil, de forma lamentável, está entre as nações onde se praticam crimes contra a pessoa em elevado grau. A taxa de assassinatos neste País é abominável. E, para piorar as coisas, vem este caso de Goiânia, a 55 quilômetros de Anápolis. É bom lembrar que em outras cidades, principalmente nas grandes metrópoles, este fato não é inédito. Quem não se lembra de Francisco de Assis Pereira, o motoboy que, há 16 anos, assassinou várias mulheres na Capital Paulista e que ficou conhecido como o “Maníaco do Parque”? E do assassino em série Marcos Antunes, que matou cinco mulheres em Belo Horizonte há coisa de quatro anos atrás?
Na verdade, embora tenham surgido alguns aspectos legais para a proteção das mulheres no Brasil, elas ainda continuam sendo vítimas das barbáries. Este caso de Goiânia, por exemplo, é inaceitável, sob todos os aspectos. Mesmo considerando que crimes desta natureza são, geralmente, complexos e de difícil elucidação. Todavia, as mortes de mulheres, no meio da rua de uma cidade importante como Goiânia, em pleno Século 21, não podem ser encaradas como fator normal, muito menos, obra do acaso. Deve haver uma resposta para tudo isto.
A “proibição” da liberdade de expressão
Nos últimos dias circulou nos veículos de comunicação de todo o país a fala do desembargador goiano Adriano Linhares sobre...