Não raramente nos surpreendemos com a capacidade e a propensão do homem para o mal, por isto, desde os tempos imemoriais existe no arquétipo humano, o sonho de uma nova ordem, a-temporal, na qual toda a miséria humana desaparece. Tal conceito surge sempre numa perspectiva escatológica, quando a utopia se tornará real. Profetas anunciam este tempo, afirmando que o leão e o cordeiro estarão lado a lado, o fraco com o forte, vivendo em harmonia.
Esta aspiração caminha nos nossos sonhos, com suas variáveis: Melhores condições de trabalho, um universo sem barreiras políticas, a demolição dos presídios já que não existe criminalidade, melhores e mais justas oportunidades para os pobres e educação para todos. Pregadores, profetas, loucos e sonhadores também construíram estes devaneios. Quero me juntar a todos eles, me comprometendo a anunciar, trabalhar e sonhar com este mundo utópico.
A palavra “utopia”, aliás, é muito sugestiva. Vem do grego u + topos (não lugar), isto é, esta realidade não existe. O mundo com sua ambição, paradoxos, contradições e injustiça estará sempre presente, por uma razão muito simples: Algo está errado com o nosso mundo interior.
Perguntaram certa vez ao dramaturgo inglês Chesterton, o que havia de errado com o mundo, e ele escreveu num papel, em letras garrafais: EU!
Há uma tendência inerente no nosso coração para o mal, para ser o esperto, para querer levar vantagem em tudo. Por causa desta propensão interna, não somos capazes de resolver nossa incoerência, porque ao julgar os outros a nós mesmos nos condenamos, pois praticamos as mesmas coisas com as quais não concordamos.
Ao contrário da tendência moderna de achar que tudo está certo no coração humano, Jesus afirmou que “Do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias” (MT 15.19). A natureza humana está marcada por esta nódoa.
Para resolver esta questão intrínseca Jesus propôs algo enigmático: “É necessário nascer de novo”, e ele explica que este nascimento não é voltar ao ventre materno, nem se trata de viver outra vida, já que o que é nascido da carne vai continuar sendo carne, mas ele afirmou que é um nascimento espiritual, que se dá no encontro do nosso coração com o coração de Deus, e então surge em nós uma manifestação de sua presença, mediada pelo Espírito Santo.
Jesus disse ainda que se isto não se der, não seremos capazes de viver em outra disposição de coração, podemos até fazer coisas externas e ter certas práticas positivas, mas a nossa natureza intrínseca ainda continua a mesma. Por isto é necessário um nascer espiritual dentro de nossa alma.
Isto faz algum sentido para você?
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