Portador de necessidades especiais, especificamente dificuldade para levantar a perna esquerda, o motorista do carro automático usa a perna direita para reduzir a marcha e parar na faixa de pedestres. Horas depois, ele caminha no mesmo cenário, em frente a Santa Casa de Anápolis, e prepara-se para atravessar a Avenida Santos Dumont. Pisar no asfalto, acelerar o passo na travessia perigosa e subir na calçada. É quase uma maratona para a pessoa acometida de hemiparesia por lesão medular: a perna que empurra um peso enorme às vezes mal consegue passar sobre uma folha de papel. Olhar fixo nos carros, o PNE espera o momento certo para descer o meio-fio, quando finalmente os seus pés sentem aquilo que os seus olhos não repararam quando ele estava dirigindo:a lombofaixa. Um tapete para resgatar a sua mobilidade.
A travessia ao mesmo nível das calçadas, com a proteção das lombadas, é algo espantosamente confortável e seguro para o portador de dificuldade motora, para o idoso, para a criança, para gestante e para qualquer andante. É como uma rua exclusiva para o pedestre. Combinação de lombada física (ondulação transversal) com faixa de pedestre e área central plana, que permite a travessia com maior segurança. Por ser no mesmo nível da calçada, o obstáculo força a redução de velocidade dos veículos e a queda significativa das estatísticas de atropelamento de pedestres.
Muito mais que modernização da engenharia urbana, a faixa elevada amplia o olhar do cidadão para a complexidade e a universalidade do trânsito. Afinal, Anápolis tem aproximadamente 400 mil habitantes e mais de um veículo para cada duas pessoas. Ao mesmo tempo em que todos somos pedestres praticamente todos circulamos sobre rodas. Esta realidade eleva a Companhia Municipal de Trânsito e Transportes ao status de secretaria estratégica, com estrutura própria, inclusive para a construção de lombofaixas.
O que vale a pena ser feito, vale a pena ser bem-feito. E o que é bem-feito precisa ser positivamente avaliado. Da sinalização à conscientização, as ações coordenadas pelo diretor geral Carlos César Savastano de Toledo geram qualidade de vida para a população e visibilidade para a CMTT. Símbolo do conceito de modernidade e da humanização do trânsito, a lombofaixa é algo que não tem preço, assim como a vida humana não tem valor quantificável.
A “proibição” da liberdade de expressão
Nos últimos dias circulou nos veículos de comunicação de todo o país a fala do desembargador goiano Adriano Linhares sobre...