Vencer as eleições foi tão fácil quanto tirar doce de criança educada. Méritos, em primeiro lugar, de Gomide, com uma aprovação recorde de sua administração, mas, fruto também da inoperância de seus adversários, mais preocupados em se lançarem candidatos a deputado nas próximas eleições, do que, efetivamente, discutirem os problemas da cidade. Este cenário fez com que estas eleições fossem tão modorrentas quanto um sermão ministrado por um clérigo em inicio de carreira.
Vencer, e, principalmente, vencer sem qualquer contestação, também trará compromissos quanto ao futuro de Gomide e, lógico, também, do cidadão anapolino. Existem desafios, alguns não tão grandes, outros de maior complexidade que precisam ser enfrentados agora e no futuro.
Anápolis experimenta um ciclo de crescimento somente comparável, proporcionalmente, àquele vivido nas décadas de 60 e 70. Para se ter uma ideia do crescimento da cidade nos últimos seis anos, basta falar do crescimento do PIB neste período. Em 2005 o PIB da Cidade de Anápolis era semelhante ao de cidades menores como Catalão e Rio Verde e a quinta parte do PIB de Goiânia. Hoje, o PIB de Anápolis, cerca de 9,55% do PIB goiano é o dobro, às vezes o triplo, daquelas cidades e somente a terceira parte do PIB da Capital, um crescimento chinês de cerca de 400% em cerca de seis anos.
Fazer a Cidade continuar a crescer é o primeiro e grande desafio. A economia experimenta um quadro totalmente diferente dos últimos anos e é preciso criatividade para se driblar a crise. O estimulo a arranjos produtivos locais se impõe com o estimulo a micro, pequena e média empresa, sobretudo nas áreas de confecção, agroindústria, informática e prestação de serviços. Também é necessária uma ação, no sentido de se distribuir melhor esta renda com o estímulo efetivo à capacitação do trabalhador anapolino. Faz se necessária uma cobrança para a efetiva consolidação do pólo educacional através das universidades publicas e privadas e um incentivo à formação de mão de obra nas áreas tecnológicas, de produção e logística.
É preciso, nos próximos anos, atingirmos um IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) comparável ao de nações industrializadas, ou seja, acima de 0,800 e, para isto, mais uma vez é preciso um forte investimento na área educacional. Não podemos nos contentar com um IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) próximo a 5. É preciso, urgentemente, elevá-lo para nota acima de 6. Tampouco, podemos nos contentar com avaliações pífias das universidades. O atraso na Educação será o maior freio ao crescimento futuro de Anápolis.
Na próxima semana, passado o calor destas eleições, volto ao tema para abordar os desafios do setor de infraestrutura e saúde.
A “proibição” da liberdade de expressão
Nos últimos dias circulou nos veículos de comunicação de todo o país a fala do desembargador goiano Adriano Linhares sobre...