A última pesquisa Datafolha nada, aparentemente, traz de novidades. Lula, a despeito de sua prisão, continua soberano, com cerca de 1/3 dos votos em 1º turno e absoluto no 2º turno, quem quer que seja seu oponente: Marina, Bolsonaro ou Alckmin. O problema é que, pelo andar da carruagem, Lula será inelegível nas eleições de outubro de 2018. Quem, então, estaria mais próximo do Planalto?
O segundo colocado em todas as simulações é Bolsonaro, representante maior do extremismo a direita do espectro político brasileiro. Muitos questionam sua viabilidade política. Alguns, inclusive, o consideram o adversário ideal a ser batido no 2º turno, mas – e sempre existe um mas – Bolsonaro vem costurando apoios tanto entre parlamentares quanto em alguns segmentos da sociedade altamente refratários a Lula. Sua candidatura, anedótica, a princípio, alicerçada em pilares altamente nocivos à sociedade organizada, ganhou musculatura e Bolsonaro, a menos que se desidrate copiosamente no processo eleitoral, poderá ser um fator decisivo no segundo turno.
A terceira colocada é Marina Silva, provável candidata da REDE. Marina tem grandes problemas para firmar-se no espectro politico brasileiro, no que tange as suas pretenções presidenciais. Sofre boicote da mídia, que a esconde de todos os fatos; sofre rejeição do segmento agropecuário e financeiro e, pior, não tem respaldo politico partidário, uma vez que lhe resta o apoio de tão somente três ou quatro deputados federais. Esta anemia política lhe reservará tempo escasso de TV e ausência nos debates políticos em rede nacional.
Geraldo Alckmin parecia ser a opção mais promissora a suceder Temer, mas passa por um verdadeiro inferno astral. Primeiro, é denunciado por caixa 2 nas eleições passadas, depois enfrenta conflitos em sua base de apoio com a disputa fratricida entre França, seu vice e Doria, seu pupilo na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes e , para piorar, enfrenta o tsunami Aécio, pego em sua hipocrisia e que insiste em ser candidato ao Senado.
Em busca do legado e dos votos de Lula, Haddad e Wagner apenas patinam em intenções de votos absolutamente insignificantes até o momento. Difícil acreditar que Lula possa transferir-lhe votos. Nesta hipótese, Wagner- ex-governador da Bahia- leva discreta vantagem uma vez que o Nordeste parece ser a região mais sensível a aceitar uma transferência de votos. Dito isto um outro personagem político pode alçar voos mais altos: o ex- Governador do Ceará, Ciro Gomes. Ciro, no entanto, não se cansa de criar arestas, parece aquele político que escolhe a si mesmo como principal adversário. Prematuro, também, falar nas chances eleitorais de Manuela Dávila e Boulos.
O ex- Governador do Paraná e senador Álvaro Dias também tenta navegar nas ondas do anti-lulismo, no entanto, também patina em índices irrisórios de aceitação do eleitorado, digo mesmo desconhecimento de sua figura por parte de grande parte do eleitorado, notadamente do Nordeste.
Resta analisar os chamados outsiders da politica: Joaquim Barbosa e Henrique Meireles apenas para ficar em alguns poucos. Joaquim Barbosa é o teste da vez , saiu-se bem na pesquisa Datafolha e terá algumas semanas para consolidar-se ou não em suas pretensões. Precisará, em primeiro lugar, convencer o semento paulista de seu partido da sua viabilidade.
Henrique Meireles agrada ao establishment financeiro; agrada aos grandes segmentos corporativos, mas na anedota que corre em Brasilia, frequenta bem os salões, mas desconhece os porões. É recebido como rei pelo dono do palácio, mas é desconhecido por quem lhe prepara o manjar. Dificil, quase impossível, decolar.
Ia despedindo-me e esqueci de citar Temer, que assegura ser candidato a reeleição. No entanto, abstenho-me de analizar anedotas.
A “proibição” da liberdade de expressão
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