Os livros do escritor brasileiro Paulo Coelho, traduzidos em mais de oitenta idiomas com duzentos e cinquenta milhões de exemplares vendidos em cento e setenta países, proporcionam-lhe uma fortuna de 1,9 bilhão de reais. Rico e famoso, ele fixou residência na Suíça, onde desfruta com segurança o conforto de uma bela mansão. É na Suíça que mora também o brasileiro mais próspero na atualidade, Jorge Paulo Lehmann. Como eles, muitos outros nossos concidadãos que fizeram fortunas milionárias têm adquirido valiosas propriedades imobiliárias no exterior por várias razões, sendo a principal delas o receio de serem assaltados, sequestrados ou mortos nas ruas das cidades brasileiras. Considere-se que, onde moram com segurança, eles constituem consumidores de alto padrão que pagam por bens e serviços agregando mais valor às empresas e gerando emprego e renda para centenas de pessoas.
Enquanto isso, por aqui, muita gente prefere morar em condomínios providos de dispendiosa segurança evitando sair à noite para ir aos restaurantes e eventos culturais ou visitar os amigos com temor de se tornarem vítimas dos malfeitores que infestam as cidades. O prejuízo que a insegurança causa ao comércio tornou-se deveras incalculável, inviabilizando a atividade de muitos que se estabeleceram e desencorajando novos empreendimentos.
Sabe-se também que não só a insegurança generalizada, mas também a deterioração dos fundamentos da economia nacional têm levado detentores de grandes fortunas a guardar boa parte do seu dinheiro em bancos estrangeiros. Ora tais recursos são o que falta para se promover a expansão e a diversificação dos negócios em nosso país. Aos problemas mencionados acrescenta-se o êxodo de talentos, brasileiros dedicados à pesquisa científica e outras atividades que encontram no exterior condições mais favoráveis à aplicação do conhecimento almejando novas descobertas e a efetivação de novos projetos com resultados compensadores.
A propósito, convém lembrar que, além dos dilemas e prejuízos que se evidenciam à vista de todos, há problemas como o chamado desemprego tecnológico que tende a se agravar nos próximos anos em razão das deficiências da educação escolar que impedem a preparação dos jovens para o desaparecimento de profissões que ainda ocupam grande parte da força de trabalho . Isso se dará com surpreendentes alterações do processamento dos meios de produção e comercialização dos bens tanto quanto dos recursos operados pelas demais áreas do setor de serviços.
A sobreposição dos problemas que afligem o povo brasileiro sugere que a superação da condição de vulnerabilidade das pessoas em cada unidade da federação deve ser concebida como prioridade do governo e dos legisladores, mas também como objeto de uma estratégia de combate ao crime que transcenda a expectativa de operar-se nos limites das forças policiais e do rigor do judiciário. A pacificação e a prosperidade advirão com ações eficazes e convergentes no campo educacional, sócio-político, econômico e da segurança, obviamente, visando a retomada do desenvolvimento nacional com a progressiva melhora das condições de vida de todos que cultivam a esperança e os valores que suscitam as transformações benfazejas.
A “proibição” da liberdade de expressão
Nos últimos dias circulou nos veículos de comunicação de todo o país a fala do desembargador goiano Adriano Linhares sobre...