O Filme “Proposta indecente”, 1993, é um marco no cinema. Dirigido por Adrian Lyne e estrelado por Demi Moore e Robert Redford, fala de um casal que se ama, mas está em crise financeira, até que certo dia, enquanto a mulher observa vitrines num shopping, um rico e excêntrico milionário, por puro diletantismo, lhe faz a seguinte proposta: Se ela aceitar ir para a cama com ele por uma noite, ele lhe dá US$ 1 milhão. Quando a mulher se sente ofendida, ele afirma de forma refinada. “Todos temos um preço, qual é o seu?”
Ao encontrar-se com o marido, a mulher relata o incidente. Ele inicialmente demonstra irritação, mas com as necessidades financeiras em jogo, de comum acordo, discutem a situação financeira em que se encontram e finalmente resolvem aceitar a oferta.
Quando o profeta Elias encontra-se com Acabe, um perverso rei de Israel, este se mostra irritado com ele e lhe diz: “Já me achaste inimigo meu?”. E Elias responde: “Achei-te, porquanto já te vendeste para fazeres o que é mau perante o Senhor” (1 Rs 21.20).
Tanto no incidente da ficção, quanto no relato histórico da bíblia, o problema está relacionado ao valor inerente que cada um de nós possui. Leva-nos a considerar qual preço colocamos pendurado na etiqueta de nosso pescoço. Qual é o nosso preço? Que valor, se lhe fosse oferecido, seria capaz de fazê-lo esquecer princípios e negociar sua ética, fé e família?
Para alguns, míseros trocados bastam. É a relação de prostituta. Preço baixo, mercadoria de pouco valor, barganha encontrada nos feirões da insolência e do mau caráter. É barato para quem paga e para quem vende. Para quem paga, é ainda pior, porque tira proveito da miséria e das necessidades que tantas vezes cercam este ambiente. Outros se acham mais refinados, se vendem um pouco mais caro, negociam quantias maiores. Algumas negociações chegam à casa de milhões, contratos milionários. Mas para que isto se dê, em ambos os casos, o ser humano torna-se mercadoria. Isto se dá nos contratos públicos, nas extorsões e subornos que se barganham nos bastidores políticos. Gente que se vende!
Certo rapaz perguntou à sua colega de trabalho, se ela iria para a cama com ele, por R$ 10 mil. A moça achou a oferta engraçada e insolente, porém, sorrindo disse que sim. Ele então fez outra proposta: “E por R$ 5 mil?”. Mais uma vez, respondeu positivamente em tom de galhofa. Finalmente o rapaz perguntou se por R$ 200 reais, ela aceitaria a proposta. Ofendida retrucou: “Você está achando que eu sou o quê? E ele respondeu: “O que você é, eu já sei, só queria saber o preço!”.
A “proibição” da liberdade de expressão
Nos últimos dias circulou nos veículos de comunicação de todo o país a fala do desembargador goiano Adriano Linhares sobre...