Desde que recrudesceu a violência em ambientes fechados, como na Arena Joinville, durante o jogo entre Vasco da Gama (RJ) e Atlético Paranaense (PR), quando se travou uma verdadeira guerra entre torcedores, espetáculo grotesco, na última rodada do Campeonato Brasileiro Série A (em dezembro de 2013) mostrado para todo o mundo, que as autoridades brasileiras batem cabeça buscando respostas e, quem sabe, soluções para estes fenômenos sociais. No caso de Joinville, fica no ar uma pergunta: Por que um time do Rio de Janeiro, e outro do Paraná, foram jogar em um campo de Santa Catarina? Seria a descentralização geográfica do futebol brasileiro? Ou seria, quem sabe, a incompetência de quem dirige o esporte das multidões. É melhor ficar com a segunda resposta, pois, além do tumulto gerado, passado todo esse tempo, não se resolveu nada. Os times ainda brigam na Justiça por conta daquele infausto acontecimento.
E, é bom lembrar que a selvageria de Joinville aconteceu alguns meses depois que o País foi sacudido pelas ditas “manifestações sociais de junho”, com as ruas de muitas cidades brasileiras, inclusive Anápolis, sendo tomadas de assalto, em protestos, alguns não explicados e muito medo, correria, pânico, incertezas e o que é pior: a morte de pessoas, várias delas inocentes. Da mesma forma, naquela oportunidade, os gestores da segurança pública foram colhidos de surpresa. Não estavam preparados para coisas assim. Estavam muito preocupados e atarefados em construção de estádios, em desvios de verbas públicas, em discussões eleitoreiras. Afinal de contas, em outubro haverá eleições e os políticos brasileiros, com raríssimas e honrosas exceções, só pensam nisso. Afinal, querem se perpetuar no poder. A sociedade, se quiser, que espere. Não há tempo para a discussão e a resolução dos problemas sociais. A violência continua tomando conta das ruas, das escolas, dos campos de futebol, de tudo. Até quando, não se sabe.
Agora, como se não bastassem os problemas já relacionados, surgiu um fato novo: os rolezinhos, ou as ocupações pacíficas de grupos procedentes das camadas mais simples das comunidades que, erroneamente e, politicamente incorreto, muitos ainda insistem em chamar de periferia. Como se os votos deles não valessem nas eleições, como se o dinheiro com que eles pagam os tributos, não fosse contabilizado. Como se seres humanos não fossem. A burguesia, acostumada à sombra do poder, entrou em pânico. Da mesma forma, as ditas autoridades que não sabem o que fazer com esse novo fenômeno. Estariam estes meninos, e meninas, cometendo algum crime ao adentrarem aos shoppings? Ou, esses estabelecimentos seriam uma espécie de território reservado, onde só entra quem tem um selo na testa, ou uma credencial?
Mais uma vez, devido à sua incapacidade e à sua incompetência, as autoridades insistem em passar a bola para os empresários, ao afirmarem que nos estabelecimentos particulares, a responsabilidade pela segurança é dos proprietários. Ora, estão rasgando a Constituição, pois a lei maior deste País diz que a segurança é um direito de todos e um dever do Estado. É para isso que o povo (inclusive os empresários) paga imposto. Aliás, paga-se muito imposto no Brasil. Está na hora, então, de exigir dos governos, um pouco mais de atitude. O torcedor tem o direito de ir ao estádio sem ser incomodado em sua integridade. O cidadão tem o direito de transitar pelas ruas, entrar e sair onde quiser, sem ser molestado pelos malfeitores. E, os jovens da chamada periferia podem, sim, entrar nos shoppings, nas galerias, nos teatros. Por que não? Afinal de contas, quem tem medo dos rolezinhos?
Tarifaço e Bolsonaro e a pré-campanha de Caiado nas redes sociais
Deu muito o que falar o tarifaço do presidente Donald Trump, acompanhado do apoio ao ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. Nas...



