I
Anápolis apresenta, como se sabe, índices de crescimento acima da média brasileira, o que vem chamando a atenção de grandes grupos econômicos da área industrial, prestação de serviços, logística e grandes redes varejistas. Isto é extremamente benéfico ao Município que assiste a um aumento crescente de sua arrecadação. Anápolis já responde por cerca de 9% do PIB goiano recuperando índices da década de 70, quando recebeu a alcunha de Manchester devido à sua força econômica. Todos ganham com o crescimento da Cidade, principalmente o prefeito, comandante maior.
Estranho é que alguns dos soldados do comandante não se esforcem para que as benesses desse crescimento atinjam números ainda mais animadores, senão vejamos: Uma grande rede de supermercados, o Bretas, chegou à Cidade com a intenção de construir três lojas e um centro de distribuição com investimentos superiores a R$ 40.000.000,00 e geração de cerca de 500 empregos, mas vem encontrando todo tipo de dificuldades para gerar riquezas ao Município. Uma de suas lojas não pôde, sequer, ter iniciada a construção, pois estaria localizada no caminho de um futuro viaduto. O pior é outra loja já completamente construída; com funcionários treinados, mercadorias nas gôndolas e impossibilitada de funcionar sob o argumento, do Meio Ambiente, de que havia sido construída sobre o leito de uma nascente d‘água. Basta olhar em volta e vê-se uma dezena de edifícios sobre o leito do mesmo córrego. A uns, a visão; a outros, a cegueira. Pior é a Granol, que contamina toda a nascente do Córrego Barreiro dizimando a flora e a micro fauna da região sem que ninguém do Meio Ambiente se incomode. Os diretores do Bretas devem estar pensando que, em Anápolis, pau que bate em Chico, não necessariamente bate em Francisco. Se o legado maior da Revolução Francesa segundo o qual todos são iguais perante a lei, não é de todo aplicado em Anápolis, é premente que o comandante assuma seu papel na resolução do presente conflito chamando a atenção de seus soldados, uma vez que “a culpa nunca é do soldado. Sempre é do comandante”.
II
Rezava a lenda que, diante de um naufrágio, o comandante deveria ser o último a abandonar o navio. O comandante do navio Costa Concordia Francesco Schettino agiu como agem os ratos, abandonando a embarcação. Esperava encontrar queijos em solo firme. Esqueceu-se que, não raro, queijos podem ser vigiados por gatos.
III
No último final de semana assisti ao ultimo show de Chico Buarque. Impossível não associar a desgraça do Comandante Francesco a letra de ‘Ana de Amsterdã‘: “Arrisquei muita braçada, Na esperança de outro mar, Hoje sou carta marcada, Hoje sou jogo de azar”. Pensando bem, Chico é Chico, os outros são Franciscos.