Quando Marconi Perillo criou a UEG, o governador tinha consciência de que ela não nascia adulta como Macunaíma. A universidade foi nutrida na sua infância para atingir a adolescência sonhando com a maioridade. E o momento presente parece propício para a criatura revelar o quanto cresceu na primeira década do século 21.
Alguém já disse que a UEG cresceu tanto que sua cabeça desapareceu entre as nuvens e os olhos dos seus dirigentes não mais enxergam a grande e diversificada paisagem goiana e brasileira. Sob a pressão constante dos professores e dos alunos, o reitor e os diretores aprimoraram a arte do “jogo de cintura” e o hábito da justificação subjetiva e ideológica da ineficiência, sem se perguntarem: qual é a missão da universidade? Que tarefas deve realizar para ampliar o engajamento das pessoas na promoção do desenvolvimento regional?
Antes de se indagar quanto o governo deve gastar com sua manutenção, é necessário interpelar os dirigentes da universidade sobre o que ela deve fazer pela qualificação profissional e a formação cultural das pessoas. Então, o governo haverá de prover os recursos necessários para melhorar as condições de desempenho dos talentos profissionais e do engajamento dos alunos em busca dos melhores resultados nas atividades acadêmicas.
A UEG atingirá sua maioridade quando efetivar as mudanças que potencializem suas atividades de modo compatível com as tendências do desenvolvimento nacional e as metas do governo estadual. Dentre as medidas que devem ser implementadas, algumas são inadiáveis: a) revisão do conceito de autonomia universitária, que transformou a instituição em feudo dos professores e dos alunos, restabelecendo seu sentido original identificado com a prerrogativa de agilizar a aplicação das decisões do reitor e dos diretores; b) superação da concepção da universidade como espaço privilegiado do debate ideológico e da luta política a favor do profissionalismo acadêmico sustentado pela abordagem científica dos fatos pertinentes ao desenvolvimento humano orientado para o crescimento; c) revisão dos conteúdos dos cursos de licenciatura a fim de corrigir as distorções que induzem ao ativismo político em prejuízo da formação profissional; d) premiação dos professores e dos alunos que melhorem a própria formação e a capacidade de vencer os desafios colocados pela ciência e a vida profissional, buscando, pelos meios impressos e eletrônicos, o conhecimento produzido nas melhores universidades do país e do exterior; e) atualização das informações sobre os ex-alunos (alumni) como subsídio para avaliação dos cursos de graduação e o planejamento dos cursos de pós-graduação; f) planejamento da investigação científica dos problemas do desenvolvimento educacional e econômico dos municípios goianos, almejando a atuação eficaz da universidade em favor da qualificação das pessoas para as atividades profissionais e os empreendimentos.
Como Pedro Ludovico e Juscelino Kubitschek, Marconi Perillo cultiva a simplicidade no trato com seus colaboradores, a objetividade afetuosa nos encontros com empreendedores do campo público e privado, o reconhecimento dos feitos de outros líderes e o respeito pelos adversários. Com sua história e seu estilo, ele emerge como líder à altura dos grandes desafios – visionário, ousado e realizador. A estagnação o aborrece. Promover o desenvolvimento, potencializando as pessoas e energizando as organizações públicas e privadas é sua missão. E são fortes os indícios de que ele está determinado a transformar Goiás numa das economias mais desenvolvidas da federação, com elevado índice de desenvolvimento humano.
Rotular o governador de neoliberal é uma tolice. As pessoas realistas e desejosas da prosperidade e do bem-estar sabem que, com o desenvolvimento econômico, ocorre a valorização das atividades profissionais, aumentando a oferta de bens e serviços acessíveis a todos os indivíduos. E os administradores, professores e estudantes da UEG – hoje céticos quanto à capacidade de Marconi promover a renovação da universidade para convertê-la em ambiente propício ao desenvolvimento dos talentos vocacionados para a busca do conhecimento científico, análise da cultura e o trabalho – haverão de admitir que o argumento ideológico e o preconceito político são injustificáveis ante a necessidade dos goianos se prepararem para serem pessoas mais realizadoras nas profissões, nos empreendimentos e na vida social.
A “proibição” da liberdade de expressão
Nos últimos dias circulou nos veículos de comunicação de todo o país a fala do desembargador goiano Adriano Linhares sobre...