É mister, antes que se façam as considerações que se sucederão, ressaltar o papel que a ACIA, ao longo de dezenas de anos, tem desenvolvido na atração de novos empreendimentos e no fortalecimento econômico de nossa cidade. Não se discute neste espaço, a importância da Entidade presente na vida socioeconômica e política de Anápolis, desde 1935, mas, necessário, no entendimento deste escriba, que se faça algumas considerações a respeito do papel político desta Instituição.
O Município experimentou um extraordinário dinamismo a partir dos anos 70, devido, dentre outras causas, às mudanças nos padrões locacionais da indústria; as transformações mais visíveis no movimento migratório nacional; o fenômeno da periferização das metrópoles; a política governamental de atração de investimentos para as regiões economicamente defasadas e a peculiar expansão de nossas fronteiras agrícolas.
Tudo contribuiu, em primeiro lugar, para o desenvolvimento de Anápolis, acentuado pela sua privilegiada situação geográfica, mas, também, para o fortalecimento inclusive da própria ACIA. Para as fronteiras agrícolas do Centro-Oeste, nas quais nos inserimos, com atividades produtivas mais intensas no uso de capital, não só surgiu uma demanda pela ampliação de centros de apoio para atividades terciárias ligadas à comercialização de mercadorias, como também, foram induzidas atividades de suporte industrial, principalmente a produção de insumos e, também, em nosso caso, a produção farmacêutica e uma incipiente indústria automotiva.
Com o esvaziamento político a que fomos submetidos, principalmente pelos anos de repressão, um grande vazio de lideranças surgiu em nossa Cidade fazendo com que algumas Instituições ocupassem este vácuo. Até aí nada demais e a ACIA o fez com competência, transferindo o centro das discussões para a sede da Manoel D‘Abadia. Ocorre, no entanto, que novas forças políticas surgiram e a ACIA parece ter perdido um pouco do rumo.
Temos inúmeros desafios pela frente. A globalização, a ascensão da economia de serviços, e a concorrência internacional crescente, oferecem não só oportunidades, como representam ameaças para as zonas urbanas, pois há menos barreiras a separar os mercados locais. As cidades podem explorar as oportunidades que a integração global se lhes oferece, tal como demonstram os setores cujo crescimento assenta nos centros urbanos, como os das comunicações, transportes, comércio internacional, tecnologia ambiental, indústrias culturais e turismo, projetos e investigação. O crescimento destes setores oferece potencialidades em termos de criação de empregos e melhoria da qualidade de vida local.
Tudo isto e a ACIA, em suas sabatinas com os governadoriáveis, preocupada em garantir para a cidade a futura Secretaria de Indústria e Comercio entregando-se, às vezes, de maneira política partidária a um projeto de governo. Convenhamos, é preciso enxergar muito além e lembrar que as Instituições, necessariamente, devem ser maiores que eventuais desejos corporativistas.