Muitas vezes desconhecemos os recursos disponibilizados pelos órgãos federais para proteger os cidadãos. Recentemente minha esposa, que vinha de um quadro pós-operatório de osteotomia, viu o pneu do seu carro estourar por causa de um buraco na pista. Ela não tinha condição de fazer qualquer coisa e estava numa área onde não havia sinais para o telefone. Saiu do carro, pensando no que faria e se conseguiria trocar o pneu, o que de fato era impossível. O número 191 veio à mente e quando ela discou foi atendido imediatamente e se conectou com o Departamento de trânsito que deu assistência necessária.
Ela desconhecia, até então, como funcionava este número e foi uma grata surpresa. O número 191 opera em todo o Brasil porque é o número de emergência da Polícia Rodoviária Federal (PRF), e faz parte do sistema nacional de números de emergência padronizados. Foi estabelecido como número único e gratuito para todo o território brasileiro. Ele não depende do Estado ou cidade. As operadoras de telefonia são obrigadas a direcionar chamadas para o 191 à central da PRF mais próxima, independentemente de onde a ligação seja feita. Não é necessário colocar código de área (DDD) nem pagar pela ligação — basta discar 191. Funciona sem DDD e é roteado para a central mais próxima. Ele deve ser acionado apenas em caso de acidentes, problemas com veículos, crimes nas rodovias (roubo de carga, tráfico, etc.) Quem presta atendimento é a PRF, mas o número em si é regulamentado pela Anatel.
Isto se aplica ainda aos números de emergência, como 190 (Polícia Militar), 192, SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e 193 (Bombeiros), porque possuem um protocolo especial. O que os torna diferentes é porque não precisam de chip. Você pode fazer a ligação mesmo que seu celular esteja sem o SIM card, e usam qualquer operadora. Se o sinal da sua operadora (por exemplo, Vivo) estiver fraco, o celular automaticamente tenta se conectar à torre de outra operadora (como Claro ou TIM) para completar a chamada de emergência.
Esta informação de utilidade pública é sempre necessária. Queria, entretanto, ir além destes números tão úteis e refletir sobre a urgente e aflitiva realidade que tantas vezes encontramos de não saber a quem pedir socorro. O Salmista exclama: “Das profundezas clamo a ti, Senhor. Escuta, Senhor, a minha voz; estejam alertas os teus ouvidos às minhas súplicas.” (Sl 130.1-2) Outra tradução diz: “Do mais profundo abismo clamo a Ti.”
Este salmo é um lamento penitencial conhecido na tradição cristã como “De Profundis”. A expressão simboliza um grito de aflição e desespero, uma súplica direcionada a Deus em meio a situações de grande sofrimento ou culpa, buscando sua misericórdia e perdão. Se refere a um estado de grande angústia, comparável a um clamor vindo de um lugar de profunda escuridão. O salmista reconhece que sem Deus ele não conseguiria se manter de pé. Trata-se de um apelo sincero em momentos de profunda tristeza, desespero ou culpa, com a confiança de que o Senhor, por sua misericórdia, mesmo sem chip, sem crédito, sem sinal aparente, é capaz de escutar as súplicas e oferecer resgate, perdão e redenção. Deus não rejeita a sincera oração do aflito, nem o clamor em meio à adversidade e dor.
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