Antônio Dirceu Pinheiro
A pandemia do coronavírus tem desvendado aspectos diversos do ser humano, que hora se mostra humano e hora não tão humano assim. Na luta pela sobrevivência em meio ao caos, cada um tem atitudes e pensamentos diferentes, de acordo com seus interesses.
Se de um lado há governos preocupados com a sobrecarga dos hospitais e decretam lockdowns no esforço para salvar vidas, por outro lado, quem é impactado por essas medidas não as acham justas. E nessa quebra de braço, quem tem razão?
De certa forma todos defendem a vida, seja buscando formas de prevenção à doença, no caso dos governos, ou mantendo emprego e renda, no caso dos empregadores. Mas, ao colocar na balança, há de se entender que em primeiro lugar vem a vida, pois morto não trabalha, nem vai às compras. É imperativo, então, que façamos um esforço coletivo em favor da preservação da vida.
No inicio da pandemia, quando foram decretados os primeiros lockdowns, o que se viu foi uma gritaria de empresários para que prefeitos flexibilizassem e permitissem a abertura de lojas com a promessa de que cumpririam todos os protocolos de segurança. O que parecia tão justo, não se viu na prática em muitos estabelecimentos. Aos poucos, com o passar do tempo, foram relaxando e deixando de cumprir os tais protocolos, colocando em risco os clientes e até trabalhadores.
Nas cidades onde há equipes para fiscalizar e isso aconteceu, esses desrespeitos foram detectados e punidos. Mas, quantos locais não foram alcançados por uma fiscalização? Quantas pessoas foram infectadas nesses estabelecimentos que levaram mais em conta o lucro do que a vida das pessoas que ali frequentaram?
Essa atitude reverberou na sociedade. Os maus hábitos da falta de uso da máscara e do isolamento social ganharam força e como uma onda atingiu grande parte da população, fazendo recrudescer a pandemia que para essas pessoas era coisa do passado. Hoje vivemos uma calamidade pública, com falta de vagas em enfermarias e em UTIs em todas as regiões do País.
Além da luta diária pela sobrevivência em meio ao caos que vive a humanidade, os seres humanos têm a oportunidade de fazer uma reflexão profunda sobre valores como a empatia e a importância que se dá ao dinheiro. Enxergar e ajudar o próximo em suas necessidades, sejam elas materiais ou psicológicas, é se colocar no lugar do outro. É imaginar que você também pode passar pela mesma situação. Quando se trata de dinheiro, neste momento dramático, nem mesmo aqueles que são ricos garantem uma vaga numa UTI se a fila de espera é enorme.
Diante de tudo isso é necessário fazer uma reflexão. A roda da vida, que antes girava em torno de uma rotina agitada em torno da busca da realização de sonhos, em sua maioria materiais, hoje nos leva a frear ímpetos e a valorizar a vida, pois sem ela nada disso tem sentido. Na atualidade, o calor humano não está na proximidade física, mas na do coração.
Lindo temos, que orgulho de ser sua aluna Dirceu, suas palavras são como o paraíso aos meus olhos, e música leve aos meu ouvidos, muito bom esse texto👏
Obrigado pelo elogio, Izabella! Logo quero ver seus textos nos jornais.