O município de Abadiânia vai receber apoio do Governo de Goiás, por meio da Goiás Turismo, na identificação e promoção da atividade turística local. A cidade tinha a economia centrada no Turismo Religioso e viu a movimentação de visitantes reduzir drasticamente após a prisão do seu famoso médium curandeiro, conhecido como “João de Deus”.
O presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral, se reuniu, na última terça-feira, 11, com o prefeito da cidade, José Aparecido Diniz, além de auxiliares, e garantiu apoio da autarquia para buscar alternativas e retomar a atividade turística na região.
Fabrício informou que um dos atrativos de Abadiânia é o lago artificial formado pela usina hidrelétrica de Corumbá IV. “Vamos promover um campeonato de pesca esportiva no Lago. Outra iniciativa é a promoção de um festival gastronômico na cidade”, informou. O presidente da Goiás Turismo também se dispôs a articular na busca de verba para infraestrutura, como o asfaltamento da estrada que dá acesso ao Lago de Corumbá IV, considerado essencial para atrair investimentos da iniciativa privada.
Abadiânia, que possui cerca de 17 mil habitantes, tem grande potencial turístico por integrar a centralidade do eixo de desenvolvimento entre Goiânia e Brasília, na BR-060. Além disso, está situada no caminho dos turistas que buscam destinos já consolidados, como Corumbá de Goiás e Pirenópolis.
Abadiânia e sua “João-dependência”
Recentemente, a reportagem do Portal CONTEXTO, esteve em Abadiânia após uma denúncia feita por uma moradora local, sobre o descaso do poder público em restabelecer políticas públicas voltadas à parte de infraestrutura, segurança, social e, principalmente, economia (que tinha parte esmagadora pautada no turismo religioso). Várias pousadas e hotéis fecharam as suas portas depois da prisão de João de Deus e estima-se que cerca de 1,2 mil pessoas foram afetadas direta e indiretamente pela falta de fluxo de visitantes à cidade, principalmente, nas mediações da Casa Dom Inácio Loyola, local onde o médium recebia seus pacientes espirituais.
A parte de infraestrutura pública, como asfalto e iluminação noturna, também foram apontadas por moradores de Abadiânia como “reféns” do descaso do governo. Os “gringos” que residem no Município se uniram para fazer serviços que seriam de responsabilidade do poder público local, como pintar sinalização em ruas e reformar escolas municipais, o que gerou indignação em grande parte da população. “A cidade está presa com João de Deus”, foi uma icônica frase dita pela moradora Taís, uma das autoras da denúncia, quando perguntada sobre como o governo local tem se portado perante as necessidades da população.