Uma investigação inédita do Globo Esporte, baseada em relatos de 209 mulheres atletas de todo o país, mergulhou nas profundezas dessas experiências, revelando histórias marcadas pela luta contra o preconceito, a discriminação e o assédio. É de arrepiar!
Os nomes reais das atletas foram preservados para proteger suas identidades.
O Grito Silenciado
Maria, 28 anos, enfrentou o desafio de confrontar o machismo no próprio campo de jogo. Após relatar agressões verbais de um superior, foi ignorada pela diretoria de seu clube, vendo seu agressor ser promovido a supervisor. Sua história ecoa entre as vozes das 209 atletas ouvidas, cada uma trazendo à tona uma realidade complexa e dolorosa.
Assédio: Uma Realidade Cotidiana
Dos relatos coletados, choca o número alarmante: 52,1% das atletas afirmam terem sido vítimas de algum tipo de assédio, seja moral ou sexual. Dos bastidores aos vestiários, homens que deveriam zelar pela carreira das jogadoras tornam-se os próprios algozes, perpetuando um ciclo de abuso e impunidade.
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A Luta por Justiça
Apesar dos relatos corajosos, apenas uma minoria das atletas teve coragem de denunciar os abusos. Apenas 14,7% relataram terem buscado ajuda, enquanto 85,3% permaneceram em silêncio, temendo retaliações ou falta de apoio. As consequências para os agressores são raras: de 113 casos relatados, apenas 17 enfrentaram algum tipo de punição.
O Caminho para Mudança
Com a promulgação da nova Lei Geral do Esporte, há um primeiro passo importante para enfrentar o problema, exigindo medidas de proteção contra o abuso sexual e moral. No entanto, as histórias compartilhadas por Eva, Letícia e tantas outras ressoam como um apelo urgente por mudanças mais profundas, que vão além das leis e alcançam a cultura institucional do futebol feminino.
Conclusão: Um Chamado à Ação
Esta reportagem não é apenas um registro das dores silenciadas, mas um apelo por justiça, respeito e igualdade no futebol feminino brasileiro. As vozes corajosas das atletas, que enfrentaram o medo para compartilhar suas histórias, devem ser um catalisador para a mudança. É hora de encarar de frente o assédio e a discriminação, garantindo que todas as mulheres no esporte possam jogar sem medo, livres para perseguir seus sonhos.
Os nomes reais das atletas foram preservados para proteger suas identidades.
NOTA DO EDITOR – Esta reportagem mergulha fundo nas experiências dolorosas e frequentemente ignoradas das mulheres no futebol, oferecendo um olhar crítico sobre a cultura de abuso e silenciamento que permeia o esporte. Ao destacar essas histórias, espera-se que a conscientização aumente e que ações concretas sejam tomadas para garantir um ambiente seguro e respeitoso para todas as atletas. (Vander Lúcio Barbosa com informações do ge)