Um dia ele chegou ao escritório do jornal “O Popular” onde eu era repórter e coordenava a distribuição dos jornais por assinatura. Estava em companhia de um homem chamado Euclides, amigo de seu pai. “Esse menino precisa de um serviço. Você pode dar uma oportunidade pra ele?” disse o Euclides, a quem eu não conhecia e, muito menos, o menino.
Este, muito tímido respondia as perguntas que lhe fiz quase que de forma monossilábica. “Aqui tem de ter bicicleta”, disse eu ao garoto. Então, ele saiu e, antes mesmo do almoço, chegou ao escritório com uma bike bem velhinha. Vi que o veículo não suportaria o peso do garoto e do pacote de jornais. Então, decidi comprar uma bicicleta novinha pra ele e, naquele mesmo dia ele começou a trabalhar.
O garoto cresceu com o restante dos colegas e, logo se fez rapazinho. Anos depois, assumi o departamento de Telejornalismo da, então, TV Tocantins e levei alguns daqueles meninos para trabalharem lá. O, agora, adolescente, foi junto. Primeiro, para atuar como auxiliar de cinegrafista. Mas, como era muito dedicado e obediente, logo já estava empunhando uma câmera de vídeo. Se tornou um grande cinegrafista em pouco tempo.
Esse menino era Divino Costa, que, infelizmente nos deixou esta semana. Por algumas vezes ele me procurou para “pagar a bicicleta”. Nunca quiz receber. Nunca me fez falta. Divino Costa, ou Divino Dez, era uma pessoa doce. Fui seu padrinho de casamento e, mesmo depois que deixei a TV, sempre tivemos uma boa e sólida amizade. Valeu, Divino…
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