A Secretaria de Estado do Planejamento e Administração (Seplan) e a Goiás Parcerias, realizaram na última segunda-feira,2, uma audiência pública para debater o projeto de modificação das características físicas e operacionais do Aeroporto Civil de Anápolis. A reunião, realizada na sede do próprio aeroporto, contou com as presenças de várias autoridades, dentre elas o prefeito Antônio Gomide; os secretários estaduais Oton Nascimento (Planejamento) e Luiz Medeiros (Indústria e Comércio); o diretor técnico da Goiás Parcerias, Delano Calixto; o segundo vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Wilson de Oliveira; o comandante da Base Aérea, coronel aviador Alcides Barbacovi; e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Edson Ferrari.
Durante cerca de duas horas, a equipe de governo fez explanações sobre a proposta para transformar o aeroporto em um terminal de cargas aéreas. De acordo com a Seplan, projeto do aeroporto de cargas de Anápolis contará com instalações adequadas para operações de grandes aeronaves e contempla, ainda, estrutura física para recebimento, armazenagem, classificação e embarque de mercadorias. O local escolhido fica na área destinada à Plataforma Logística Multimodal de Goiás, onde serão instaladas grandes empresas. A pista será ampliada para três mil metros de extensão, paralela à pista da Base Aérea, permitindo aterrissagens e decolagens simultâneas.
A licitação na modalidade concorrência pública, tipo menor preço, teve como vencedora a empresa LocTec Engenharia Ltda., que apresentou valor definido de R$ 94,149 milhões. A empresa terá um prazo de 720 dias corridos para realizar a construção, a partir da conclusão de todas as etapas do processo de licitação. A informação é que obra vai contar com recursos do Governo do Estado, repasses do Governo Federal e empréstimos de instituições financeiras.
Durante a audiência pública, o conselheiro do TCE, Edson Ferrari, ressaltou que o Tribunal “não será impeditivo para a realização da obra”. No entanto, apontou a necessidade de algumas providências ainda a serem tomadas, tais como: a apresentação de dotação orçamentária e financeira e dos projetos técnicos para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que conforme disse, concedeu uma autorização apenas em caráter precário. Ferrari sugeriu, na reunião, que seja formado pelas partes interessadas, um comitê de acompanhamento da obra.
O secretário de Planejamento Oton Nascimento e o diretor Técnico da Goiás Parcerias, por outro lado, sustentaram que o governador Alcides Rodrigues já garantiu o aporte de capital no valor de R$ 30 milhões na Goiás Parcerias para que as obras sejam iniciadas, e que tem encaminhado à Anac toda documentação solicitada.
Competitividade
“Foi mais um passo dado de uma longa caminhada”. Assim resumiu o segundo vice-presidente da FIEG, Wilson de Oliveira, a importância da audiência pública sobre o aeroporto de cargas. Representando a entidade no evento, ele observou que a Federação sempre defendeu o princípio da competitividade da indústria goiana nos mercados interno e externo “e a logística é um dos componentes que tornam as empresas competitivas, daí entendemos que o Aeroporto de Cargas é fundamental para Goiás e, especialmente, para Anápolis”, pontuou.
De acordo com Wilson de Oliveira, a audiência pública foi o último passo de uma caminhada que começou em 2006. “Naquela época, fizemos uma reunião em Manaus – eu era presidente da Associação Comercial e Industrial de Anápolis (Acia) – juntamente com o secretário do Planejamento, Oton Nascimento, o então secretário da Indústria e Comércio, Ridoval Chiareloto, o superintendente do Porto Seco Edson Tavares, e ali começamos a tratar a implantação do entreposto da Zona Franca de Manaus, que viria para o município com a determinante de termos o aeroporto de cargas. Também fizemos duas reuniões com o operador logístico nacional, que destacou o interesse de empresas do segmento em operar na cidade. Então, de lá para cá foram dados vários outros passos e tivemos, agora, o desfecho com a realização dessa audiência, que foi um requisito colocado para que a obra pudesse começar”, recordou.
Wilson de Oliveira observou, ainda, que o governador Alcides Rodrigues sinalizou a liberação de R$ 30 milhões para o início das obras. “Além do que, tivemos nessa audiência a participação de empresários que têm hangares e aeronaves utilizando o aeroporto, assim como a Escola de Aviação ligada à Missão Vida, a oficina de manutenção de aeronaves e empresas que têm ali em torno de 100 pessoas trabalhando e que puderam também contribuir com o debate e trazer as suas preocupações”, ponderou. “Foi positivo do ponto de cumprimento de uma exigência que era feita pelo TCE e o que esperamos, com mais esta etapa concluída, é que tenhamos logo o início das obras”, finalizou.