
O estilista Markito foi uma das figuras mais aclamadas no Brasil. Durante o final dos anos 70 e início dos anos 80, ele criou vestidos de alta costura para celebridades nacionais como Sônia Braga, Xuxa, Mila Moreira e Marília Gabriela, além de estrelas americanas como Diana Ross, Liza Minnelli e Farrah Fawcett.
No entanto, a breve carreira de Markito é uma das razões pelas quais ele não é tão lembrado atualmente. Ele faleceu aos 31 anos, em 4 de junho de 1983, devido à AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), na época chamada pelos jornais de “câncer gay”.
Markito foi a primeira personalidade pública do Brasil a ser vítima da doença, e este ano marca exatos 40 anos desde que os brasileiros começaram a temer o HIV e a lutar contra a epidemia.
Documentos dos Arquivos do Senado e da Câmara, em Brasília, revelam que a AIDS foi uma preocupação constante durante a Assembleia Nacional Constituinte reunida entre 1987 e 1988. Senadores e deputados encarregados de elaborar a Constituição chamaram a doença de “peste do século”, “desgraça que assola o mundo” e “a maior tragédia da humanidade em todos os tempos”.
Esses registros históricos também mostram que os primeiros anos da epidemia foram marcados por preconceito, medo, falta de conhecimento e opiniões equivocadas.
Mais recentemente, em 2019, outro fenômeno na área da saúde pública abalou (e continua a abalar) o mundo. A COVID-19, em um curto espaço de tempo, ceifou milhares e milhões de vidas em todo o planeta, apesar dos avanços da medicina ao longo dos anos.
Ainda é impossível prever o impacto total dessa doença na humanidade. Esperamos que sejam encontrados medicamentos eficazes em breve, mesmo que seja para controlar a sua disseminação.
A luta contra doenças infecciosas continua sendo um desafio global, e a conscientização, prevenção e acesso a tratamentos adequados são fundamentais para proteger a saúde da população.