Os 47 anos de instalação da Base Aérea de Anápolis (hoje denominada ALA 2) e os 40 anos do 1º GDA- Grupo de Defesa Aérea (conhecido também como Esquadrão Jaguar), foram comemorados na unidade militar, no último dia 22/04, com a presença do Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Antonio Carlos Moretti Bermudez e várias autoridades civis e militares. Na mesma ocasião, houve uma comemoração pela passagem do Dia da Aviação de Caça.
Para marcar as datas comemorativas, houve homenagens aos ex-comandantes de ambas as unidades, bem como destaque ao chamado Dijon Boys – grupo de oito pilotos que, nos anos 1970, foram encarregados de fazer o curso de pilotagem do caça francês Mirage III, na Base Aérea de Dijon, e implementação da aeronave na FAB. Também receberam homenagens os militares não tripulantes da Aviação de Caça, por meio do distintivo de condição especial, concedido aos profissionais que apoiam as atividades por um período mínimo de cinco anos.
O Comandante da ALA 2, Coronel Aviador Antonio Marcos Godoy Soares Mioni Rodrigues, destacou a importância das unidades, cuja criação está relacionada, entre outros aspectos, à defesa Capital Federal. Ele destacou que a ALA 2 está se transformando em um dos mais importantes complexos operacionais da Força Aérea Brasileira (FAB). “Juntamente com a ansiosa espera pela chegada da aeronave Gripen, prevista para 2021, aguardamos também o recebimento da primeira aeronave KC-390, previsto para o segundo semestre deste ano, o que reforçará o potencial estratégico da Ala 2”, pontuou.
O Coronel Thomas Anthony Blower foi um dos homenageados na cerimônia. Membro dos Dijon Boys e primeiro Comandante do 1º GDA, ele contou que fez o curso do Mirage III na França em 1971 e, em 1973, já estava voando a aeronave em solo brasileiro. “Foi um grande salto operacional, pois passamos do subsônico para o supersônico”, explicou. O coronel diz que se emociona ao ver as novas gerações de pilotos de caça e saber que o trabalho desenvolvido por ele e seus colegas foi importante para a história.
O Tenente-Brigadeiro Bermudez, comandante da FAB, afirmou que o 1º GDA é o precursor da defesa aérea no Brasil e destacou que se trata de celebrar um momento ímpar, de homenagens ao passado e construção do futuro, já que a Ala 2 será a sede dos futuros caças F-39 Gripen. “Para a Força Aérea, é um dia de júbilo, de grande comemoração”, ressaltou.
Na terça-feira, 23/04, a Câmara Municipal de Anápolis realizou sessão solene, no plenário “Teotônio Vilela”, para prestar uma homenagem aos 47 anos da ALA 2 e os 40 anos do 1º GDA. A homenagem no Legislativo foi uma iniciativa do vereador Wederson Lopes (PSC).
História
A Base Aérea de Anápolis começou a ser projetada no final da década de 60. Estudos realizados à época pelo Sistema de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Sisdacta), apontaram que o Município reunia condições necessárias – principalmente climáticas – para a implantação da unidade da aeronáutica. A construção do complexo aeronáutico começou em nove de fevereiro de 1972. Em março daquele ano, na França, era realizado o primeiro voo do Mirage com o cocar da Força Aérea Brasileira. No mês de maio, oito pilotos brasileiros foram para Dijon participar dos treinamentos visando adaptação às aeronaves recém-adquiridas e ficaram conhecidos como os “Dijon Boys”.
Com a vinda da Base Aérea, Anápolis foi elevada à condição de área de interesse da Segurança Nacional. E, de acordo com a legislação da época, não poderia eleger os seus mandatários políticos. Os prefeitos eram indicados. Com a redemocratização do País, os anapolinos reconquistaram o direito de eleger os seus representantes para o Executivo Municipal.
Em 27 de março de 1973, foi realizado em Anápolis o primeiro voo do supersônico F-103 Mirage, fato que oficialmente deu início às atividades da 1ª. Ala de Defesa Aérea (1ª. Alada). Mais tarde, ela foi transformada no 1º Grupo de Defesa Aérea (GDA), também denominado Grupo Jaguar. Este grupo tem como missão, executar operações de defesa aérea, como o propósito de impedir a utilização do espaço aéreo brasileiro para a prática de atos hostis contra seu território ou contrários aos interesses nacionais.
A partir de julho de 2002, a Base Aérea de Anápolis passou, também, a sediar o 2º e 6º Grupo de Aviação, integrantes do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam), com as modernas aeronaves R99-A e R99-B, equipadas com radares e equipamentos de sensoriamento remoto.
Desde o início de 2017, a Base Aérea de Anápolis (BAAN) mudou de denominação, passando a se chamar ALA 2. Essa mudança foi decorrente do processo de reestruturação organizacional da Força Aérea Brasileira. Com a Portaria nº 1.362/GC3, foi criado e ativado o Terceiro Grupo de Defesa Antiaérea (3º GDAAE), “Grupo Defensor”, com a finalidade de ser empregado na Ação de Defesa Antiaérea, subordinado operacionalmente ao Núcleo da Brigada de Defesa Antiaérea (NuBDAAE) e administrativamente à Base Aérea de Anápolis (BAAN), agora ALA 2.
O Esquadrão Carcará (1º/6º GAV), sediado em Recife (PE), também foi transferido para Anápolis. A unidade tem 65 anos de existência, atuando em ações de reconhecimento aéreo e busca e salvamento em todas as regiões do Brasil. Operou as lendárias aeronaves B-17, as “Fortalezas Voadoras”, o RC-130 Hércules, R-95 Bandeirantes e, na atualidade, opera o R-35A/AM Learjet, realizando missões de reconhecimento por imagens e reconhecimento eletrônico.