A informação que circulou nos últimos dias de que o Cerrado Brasileiro foi o bioma que mais sofreu agressões e devastações nos últimos anos, soou como um alerta para os governos Estadual e municipais em Goiás. O Estado tem perdido, paulatinamente, grande parte de sua cobertura vegetal, que dá lugar a projetos econômicos, como as monoculturas (soja, milho, cana de açúcar, etc.) as pastagens de grandes dimensões e avanços urbanos. Nada contra o progresso e o desenvolvimento. Mas, a moderação deve estar, sempre, nos radares dos governos.
Por Vander Lúcio Barbosa
Há uma urgência inadiável de se criar um projeto macro de controle ambiental, diferente das leis, hoje, existentes que teorizam muito, mas, oferecem pouca prática. Sempre tem havido meios e formas de se driblar a vigilância e os desmatamentos não param de aumentar em um ritmo preocupante. A história mostra que muito países, dentre eles o Haiti, sofrem horrores por conta da seca causada pelo desmatamento incontrolado que durou várias décadas. A Costa Rica, também, entrou para um processo semelhante, mas, o governo de lá acordou e trocou os projetos agropastoris de grande porte, por uma bem estruturada política de turismo ecológico. Hoje, aquele país não sabe o que é crise e vê aumentar seu produto interno bruto acima da média mundial. Ou seja, preserva-se o meio ambiente e, ainda, ganha-se (muito) dinheiro.
É uma ideia altamente assimilável, principalmente para Goiás, onde, embora tenha avançado, um pouco, nos últimos tempos, a proposta turística é muito aquém das potencialidades estaduais. Mesmo que conte com recursos naturais extraordinários (Rio Araguaia, Chapada dos Veadeiros, Parque Nacional da Emas e muitos outros), o aproveitamento econômico desses recursos, ainda, é pequeno. Falta visão para se ampliar esse tipo de empreendedorismo.
Sem contar, também, que a recomposição das reservas, com o replantio dos milhões de espécies nativas do Cerrado (muita planta medicinais, por sinal) é imperativa para o reequilíbrio ambiental. A escassez de água que fica, cada vez mais visível, é, na opinião dos técnicos, o resultado dessa devastação sem controle. Nascentes pequenas, médias e até, grandes, têm desaparecido, o que diminui a oferta de água, elemento necessário, indispensável e insubstituível para a sobrevivência da humanidade. As cidades, de todos os portes, começam a sentir que a água potável está cada vez mais distante e cada vez mais cara. E, se não forem adotadas medidas de contenção, a tendência é piorar.
No caso de Anápolis, nesse começo de primavera, é bom lembrar que se torna indispensável, para ontem, um projeto macro de recomposição das reservas que têm desaparecido assustadoramente. A Cidade carece de uma boa arborização, de um plano diretor ambiental consistente e de políticas públicas para a educação ambiental de todos: crianças, jovens, adultos e idosos. É dever de todos cuidar do meio ambiente. Se não o fizermos, podemos ter a certeza de que as primaveras vão ser, cada vez, menos floridas, menos suaves e menos agradáveis.
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