Um dos maiores problemas nas relações familiares ocorre quando o filho já não mais respeita seus pais. Essa falta de respeito pode surgir por várias razões: excesso de autoritarismo, contradições na educação, incoerência familiar, excessiva liberalidade ou mesmo falta de autoridade moral. Quando isso acontece, geralmente os afetos foram atingidos e sofreram fragmentação.
Patriotismo também é algo relacional. Tem a ver com os afetos. Fico assustado quando percebo que o amor à pátria parece retrógrado ou fora de moda, algo que deixou de ter valor e significado. Por outro lado, pecisamos entender porque a geração atual não consegue respeitar suas lideranças políticas, perderam a vontade de lutar por sua pátria e não amam mais os símbolos de sua própria nação.
Estive muito próximo do fatídico incidente do dia 11 de Setembro de 2001 no World Trade Center. Morava na América e vi a dor e a solidariedade de uma nação que ficou de luto diante daquela agressão. Uma das coisas que mais me emocionou foi ver o amor daquele povo por sua bandeira. Em uma única rua minha esposa contou mais de 100 bandeiras. Algumas casas foram, literalmente, enfeitadas com as cores da América. Fiquei feliz em ver tamanha manifestação de patriotismo e triste por nosso País não despertar nos brasileiros paixão semelhante.
Nossa nação merece coisa melhor de seus filhos. Este desrespeito não nasce em um vácuo histórico. Antes, possui etiologia. Tem raízes na forma cínica como a liderança e a burguesia tem tratado seus filhos. Falta dignidade, brio e amor. O resultado tem sido o surgimento de uma geração com dificuldade de lutar por ideais e sonhos, pois falta esperança de que algo realmente digno aconteça diante de tantos desmandos.
Precisamos amar nosso País. Isso deve começar com o desejo de ver uma geração melhor educada, gente pobre tendo direito à saúde e educação de qualidade, os interesses privados subordinados a um bem maior, a saber, os interesses da nação.
Podem ser gestos simples, como a porta da casa limpa, a calçada sem lixo e entulho. Passa também pelo desejo de não emporcalhar as cidades atirando lixo pela janela dos carros. E o que dizer da resiliência para não evadir, não fugir da luta, usar nossa bandeira com orgulho e amar a terra em que nascemos?
Que grande prejuízo uma liderança política cínica e cruel tem causado às gerações. Como isso tem sido prejudicial ao espírito patriótico de nossos estudantes e filhos. Como temos retirado o valor e a dignidade do peito de nossos estudantes… Ora… ame o seu País com fé e orgulho! Tal amor consegue retirar de nossas entranhas a hipocrisia e a irresponsabilidade com os pobres.
Um amigo meu considerou que se ele vendesse a empresa que tem e aplicasse o valor recebido no mercado de capitais seu lucro seria maior. No entanto, fazendo isso, ele produziria mais desempregados para o mercado e, em sua visão, isso não seria bom para as famílias envolvidas e muito menos para o Brasil. Com gestos significativos assim constrói-se uma nação de valor!
Daria tudo para entender a estupidez de lideranças políticas jovens bem remuneradas e de empresários abonados, que poderiam prestar um enorme serviço à nação, mas resolvem usurpá-la por meio da corrupção e da venda da consciência em troca de privilégios financeiros. Daria tudo para compreender o comportamento de funcionários públicos que por meio de seu trabalho poderiam transformar sua cidade, seu bairro ou sua escola, mas preferem a mediocridade, tornando-se incapazes de pensar no legado que estão deixando para seus filhos, netos e bisnetos.
Ame o Brasil!
https://portalcontexto.com/ligacoes-de-cobranca-serao-identificadas-com-prefixo-0304/